A dançarina de funk Cícera Alves de Sena, de 29 anos, mais conhecida
como Amanda Bueno, havia ficado noiva do homem suspeito de matá-la
quatro dias antes do crime. No domingo, ela e Milton Severiano Vieira, o
Miltinho da Van, de 32 anos, trocaram alianças. Os dois já moravam
juntos numa casa na Posse, em Nova Iguaçu,
Baixada Fluminense - onde ocorreu o assassinato -, desde o fim do ano
passado e se tratavam como marido e mulher. Segundo amigos comentaram em
redes sociais, a jovem estava muito feliz com a oficialização do
relacionamento.
Amanda já havia dançado na “Gaiola das Popozudas” e seu último trabalho
foi na “Jaula das Gostozudas”, onde ficou até dezembro do ano passado. O
empresário do grupo, Saintclair Maia, contou que trabalhou com Amanda
durante cerca de três anos.
- Cheguei a ter contato com esse namorado dela por duas vezes, uma delas
num show. Não percebi nada de errado. Não tenho nem como falar alguma
coisa dele, já que foi tudo muito rápido. A Amanda começou a se envolver
com ele quase ao mesmo tempo em que deixou o grupo - contou ele.
De acordo com Saintclair, Amanda não estava trabalhando atualmente. O
corpo da jovem será levado para Goiânia, onde mora a família e o
enterrro ocorrerá lá. Ainda não há data nem local definido.
Discussão antecedeu crime
O delegado Fábio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada
Fluminense (DHBF) - que investiga a morte de Amanda e foi responsável
pela prisão de Miltinho -, informou que antes do assassinato houve uma
violenta discussão entre o casal. A briga foi motivada por ciúmes:
Miltinho havia almoçado com uma ex e a dançarina não gostou. Houve um
bate-boca que evoluiu para agressão física.
- Ele bateu com a cabeça dela no chão. Bateu muito nela, deu coronhadas.
Depois, deu rajadas de tiros com pistola. Em seguida ele entrou na
casa, pegou a escopeta, que é uma arma de grosso calibre, e deu cinco
tiros na cabeça da Amanda - contou o policial.
Fábio Cardoso disse ainda que, no momento do crime, a equipe que faz a
manutenção do circuito de câmeras da residência chegava ao local.
Miltinho rendeu todos, incluindo o policial militar que é dono da
empresa, roubou o carro em que estava e fugiu. O suspeito havia colocado
um colete à prova de balas antes de escapar.
- Nós, então, passamos a monitorar os lugares para onde ele poderia
fugir. Foi quando soubemos que ele havia capotado na Dutra e o prendemos
- disse o delegado.
No carro onde estava Miltinho - que é dono de linhas de vans que
circulam na Baixada Fluminense - havia três pistolas e um revólver, além
da escopeta com grande quantidade de munição.
- Ele é uma pessoa extremamente violenta. Tem que ficar 50 anos preso. É a escória da humanidade - disse Fábio Cardoso.
Comoção na web
A morte violenta de Amanda causou comoção entre os amigos dela. Em
páginas no Facebook, dezenas deles, entre outras dançarinas e MCs,
lamentam o assassinato. Muitos fazem homenagens com a foto de Amanda.
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