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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Três linchamentos e uma tentativa na Capital em 24h


(Fotos: Naval Sarmento ) No bairro Jacarecanga, uma mulher foi assassinada brutalmente após, supostamente, ter cometido um roubo; já no José Walter, um homem foi agredido e morto a tiros. Um adolescente ficou ferido na ação No último mês de março, o jornal noticiou mais um caso de linchamento na Capital. Naquela ocasião, era o segundo registro do crime em menos de 48 horas. Três pessoas, sendo dois homens e uma mulher, foram mortas e um adolescente ficou ferido após serem vítimas de agressões de populares, em casos distintos na Capital, na última segunda-feira (20). Todas as vítimas, segundo a Polícia, eram suspeitas de envolvimento em crimes. Até o fechamento desta edição, um homem havia sido preso e um adolescente apreendido após confessarem ter participado, cada, de uma das ações. >Especialista analisa cenário de violência e justiçamentos O primeiro linchamento teria ocorrido por volta das 13h no bairro Sapiranga. Populares revoltados agrediram até a morte Tiago Oliveira da Silva, de 22 anos. De acordo com informações da Polícia Militar, o homem era apontado por moradores daquela região como autor de um estupro. Na tarde de segunda-feira, ele foi interceptado e não conseguiu escapar. Tiago foi agredido até a morte. A suposta vítima do estupro cobrado pela população, no entanto, não apareceu, de acordo com a PM. Na tarde de ontem, contudo, policiais da Força Tática de Apoio (FTA) da 1ª Companhia do 15º Batalhão de Policiamento Militar (1ªCia/15ºBPM), de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), localizaram um suspeito de participar do linchamento. Vitor Gonçalves Teixeira, de 19 anos, estava escondido em uma casa na Vila Pagã, naquele Município. Conforme a PM, ele foi encontrado por volta das 13h e confessou ter participado da ação. O suspeito não informou quantas outras pessoas também teriam tido participação, mas reafirmou que a motivação era o suposto estupro em que Tiago teria tido envolvimento. Vitor foi autuado em flagrante no 26º DP (Edson Queiroz). Já na noite de segunda-feira, outras duas pessoas foram mortas e um adolescente ferido. Por volta das 21h, Alane Sousa de Oliveira, de 22 anos, foi brutalmente assassinada em outro linchamento. O crime aconteceu no bairro Jacarecanga. À PM, populares informaram que a mulher era homossexual, usuária de drogas e estaria realizando um roubo quando foi atacada. Ela estaria acompanhada de um adolescente, que conseguiu escapar. Alane, no entanto, não teve a mesma sorte. Após ser vítima de diversos golpes de objetos como pedras de calçamento, paus, e até um motocicleta, ela caiu morta no cruzamento da Rua Juvêncio Barroso com a Rua Odorico de Morais. Ontem, um adolescente confirmou ter participado da ação e foi apreendido. De acordo com o delegado titular do 7º DP (Pirambu), Barbosa Filho, foi instaurado inquérito e, segundo a autoridade policial, já há informações sobre outras pessoas que também teriam agredido a mulher até a morte. "Pegamos um adolescente, que confessou a participação. Ele já tinha uma apreensão. O mandamos para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Identificamos outros três e serão pedidas as prisões. Pode haver mais pessoas", disse. Ainda na noite de segunda-feira, Dênis de Melo da Silva, de 24 anos, foi assassinado por populares após ser interceptado durante uma suposta tentativa de assalto. Ele foi espancado, perseguido e morto a tiros no bairro José Walter. Um adolescente que estava com ele durante a ação também foi espancado. O jovem não foi morto no local graças à intervenção da Polícia Militar, que foi acionada e chegou a tempo de impedir mais um assassinato. A onda de linchamentos vem fazendo diversas vítimas ao longo deste ano no Ceará. No último dia 19 de março, o jornal publicou dois linchamentos registrados na Capital em um intervalo inferior a 48 horas. Naquela ocasião, dois homens entraram em um ônibus e anunciaram o assalto, sendo contidos pela população. Um dos suspeitos foi morto com a faca que portava. A reportagem solicitou à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) dados acerca do número de linchamentos na Capital. Contudo, a Pasta alegou não dispor da informação solicitada. Fonte:Diário do Nordeste

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