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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Grupos responsáveis por ataques a banco no CE têm ação interestadual


As quadrilhas do Ceará especializadas em ataques a agências bancárias atravessaram divisas e têm agido nos estados do Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco. O comandante do Comando Tático Rural (Cotar), do Batalhão de Choque, major Alexandre Rodrigues, explica que os bandos têm feito uso de armamento pesado e são formados por pessoas que têm fonte de renda, como revendedores de veículos e donos de postos de combustíveis. Em ataques a pequenas agências, os grupos roubam entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões.
O Sindicato dos Bancários do Ceará já registrou 69 ataques a bancos em 2016, número que inclui explosões, roubos, tentativas, arrombamentos, “sapatinho” (quando o gerente tem familiares sequestrados) e ataques a carro-forte. Neste ano, o Cotar registrou sete confrontos com os bandidos e conseguiu efetuar prisão de integrantes de sete grupos que integram quadrilhas especializadas.
Rodrigues destaca que pelo menos três quadrilhas, com sede nas regiões do Vale do Jaguaribe, dos Inhamuns e Cariri, têm agido em outros estados (ver quadro). Nos Inhamuns, Novo Oriente é sede da quadrilha, que atua no Ceará e no Piauí e, em caso de necessidade, traz criminosos de outros estados para reforçar o bando. No Vale do Jaguaribe, o grupo age no Rio Grande do Norte, e a quadrilha com sede no Cariri alcança Pernambuco. Conforme o comandante, as quadrilhas não costumam atacar cidades com mais de 150 quilômetros de distância de sua sede.
Novo Cangaço
“Os grupos têm entre cinco e 20 pessoas, armadas de fuzis, metralhadoras e pistolas, além do uso de explosivo. Vão para o banco e a quadrilha se divide. Uma das equipes faz a explosão do banco. A outra vai atirar e fazer contenção no destacamento policial”, descreve o major Rodrigues, citando que esse tipo de ação tornou-se conhecida como Novo Cangaço. “A Polícia local não tem como reagir, pois os destacamentos têm cinco policiais no máximo e não possuem superioridade de armamento. Os bandidos fazem reféns na fuga e os abandonam em áreas rurais”, relata o oficial.
Os grupos também costumam blindar os veículos de forma artesanal. “Colocam chapa de aço na traseira do veículo e deixam um buraco para efetuar disparos com fuzil na hora da fuga”, revela.
Rodrigues acrescenta que alguns dos criminosos têm treinamento no Exército Brasileiro (EB), onde aprendem a atirar de fuzil e fazer manutenção de arma de guerra. Alguns dos fuzis utilizados pelos bandos são do EB e outros são oriundos do tráfico de armamento que vem do Rio de Janeiro e do Paraguai.
Prisões e novos ataques
Investigações da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), culminaram na prisão de 71 pessoas envolvidas com a prática criminosa neste ano. Na madrugada de ontem, aproximadamente dez homens explodiram a agência do Banco do Brasil de Cariús, na Região Centro-Sul. 
Na última quarta-feira, 15, o Banco do Brasil de Capistrano, no Maciço de Baturité, também foi alvo. Segundo o comandante do Cotar, pelas características, a suspeita é de que a quadrilha dos Pipocas, que age no Sertão Central, tenha praticado os crimes.
Por Jéssika Sisnando - O POVO

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