O local se encontra com 63 pacientes, que recebem alta até o
começo do próximo ano. 16 se encontram na emergência. São 36 homens e
27 mulheres.
Funcionários da Casa de Saúde Santa Teresa, em Crato,
realizaram hoje a última confraternização no local. Todos estão de aviso
prévio e se despedem do único hospital psiquiátrico do Cariri,
referência no tratamento de pacientes da região e para estados vizinhos.
Com uma previsão de fechamento para março do próximo ano, a data acabou
sendo antecipada para o dia 10 de janeiro de 2016. Alguns funcionários
já não trabalham mais no local a partir do dia 2. As crises sucessivas e
verbas insuficientes do Sistema Único de Saúde (SUS) para manter o
local são o principal motivo. A casa de saúde há alguns anos supria
muito de suas necessidades por meio de doações. São cerca de 45 anos em
funcionamento.
Famílias se desesperam por não terem para onde levar agora
os pacientes. Mesmo com vários apelos aos governos estadual e federal,
parlamentares da região, município e até mesmo a própria sociedade, não
houve condições de manter a casa. Desde o início do ano passado, que o
local estava já em preparação para o fechamento. A média paga por cada
um dos pacientes, de R$ 42, a diária, que acontecia desde o primeiro
semestre deste ano, não dava para cobrir todas as despesas.
São cerca de 70 funcionários e todos já se encontram de
aviso prévio. “Estamos muito tristes com esse momento, mas é mais
desolador ainda para as famílias dos pacientes, que precisam do
tratamento e muitas vezes não têm como controlar uma pessoa doente em
casa”, afirma o auxiliar de limpeza, José Ailton da Silva, há 16 anos
trabalhando no local. Ele disse que a partir do próximo dia 2 de
janeiro, não estará mais no hospital.
A Casa de Saúde recebe pacientes de estados como o
Pernambuco, Piauí e Paraíba. Até maio deste ano, se encontrava com cerca
de 200 pessoas internadas, fora os atendimentos e acompanhamentos que
aconteciam, durante a semana. Agora são apenas 63. O espaço ficava
lotado, diante da carência de tratamentos psiquiátricos na região. Desde
outubro que se intensificou a saída dos pacientes.
Para a direção do hospital o valor que era repassado para
os pacientes do SUS, há vários anos não estava sendo suficiente para
manter os custos da instituição, por não ter sido corrigido. Ao longo de
mais de 10 anos, o local vinha lutando para se adaptar à Lei
Antimanicomial. Enquanto isso, famílias ficam atônitas, sem ter ideia do
que fazer com pessoas que sofrem de distúrbios mentais em suas
famílias, principalmente os mais agressivos.
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