Surpreendendo a muitos de seus clientes e parceiros, o Google anunciou
nesta segunda-feira (30) o banimento de todo tipo de anúncio
pornográfico de sua rede de publicidade. A partir de agora, clientes
desse mercado não podem mais usar as ferramentas da empresa para
promover sites, serviços, aplicativos ou qualquer outro tipo de
atividade que envolva, nas palavras da gigante, “atos sexuais gráficos”.
De acordo com as informações do canal americano CNBC,
o Google já tinha políticas bastante rígidas com relação ao tipo de
conteúdo que poderia ser anunciado em sua rede. Então, de acordo com um
porta-voz da empresa, o fim total dos trabalhos com esse tipo de
conteúdo é uma consequência natural das políticas da empresa, que
prefere focar em outros segmentos do mercado.
A mudança repentina, porém, não parece ter caído muito bem junto a
alguns dos clientes da empresa. Theo Sapoutzis, diretor da rede adulta
AVN Media Network, por exemplo, criticou a falta de aviso prévio com
relação à alteração nas regras. Ele disse ter sido um dos primeiros
clientes do AdWords, anunciando com o Google desde 2002 e, apesar das
regras rígidas e claras, disse ter ficado surpreso ao receber o email
informando sobre o fim dos anúncios eróticos.
A mensagem, na verdade, não fala especificamente sobre um banimento de
sites pornográficos, mas sim, da proibição de anúncios que contenham
imagens gráficas ou que levem a sites que apresentem esse tipo de
conteúdo. Ou seja, basicamente a mesma coisa, em uma alteração nas
regras que passa a valer a partir das próximas semanas.
A bem da verdade, a indústria pornográfica não é exatamente um dos
principais clientes do Google em suas plataformas de publicidade, devido
às já citadas regras rígidas com relação a esse tipo de conteúdo. Boa
parte dos acessos a esse tipo de conteúdo, como citou a CNBC, vem de
buscas orgânicas, essas sim, ainda válidas e fonte de grande movimento
também para a ferramenta de buscas. Só para ter uma noção, a empresa
registra cerca de 350 milhões de pesquisas por mês por palavras como
“pornografia”, sexo” ou “pornô gratuito”.
Ainda assim, alguns expoentes desse mercado afirmam que o Google está
dando as costas para um segmento que ajuda a sustentá-lo. Tom Hymes,
editor da revista AVN, afirma que muitas das empresas do ramo
simplesmente não anunciavam com a empresa, enquanto aqueles que faziam o
possível para se adequar às normas, agora, estão sendo duramente
lesados pela mudança repentina.
O grupo de ativistas Morality In Media assumiu o crédito pela mudança
nas regras do Google, afirmando que a alteração foi resultado de uma
reunião entre a empresa e a organização. Agora, a instituição pede o
banimento completo de resultados pornográficos das pesquisas da empresa.
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