Foto Unicamp/Divulgação e Shutterstock |
Um estudo entre a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e a Energia Pecém, usina termelétrica instalada no Complexo Industrial e Portuário (Cipp), pretende criar um carvão mineral híbrido, também chamado de biocarvão. O novo composto em desenvolvimento irá misturar o combustível fóssil com a biomassa do coco, abundante no território cearense.
Nesta última quarta-feira (28), houve a assinatura de memorando de entendimento (MoU) entre as duas partes para o estudo. O projeto tem duração prevista de 36 meses e terá investimento inicial de R$ 2,5 milhões da Energia Pecém. A expectativa é de que, até o segundo semestre de 2027, haja definições sobre a viabilidade do carvão híbrido.
De acordo com a empresa, a pesquisa vai avaliar ainda "o uso do biocarvão produzido a partir de resíduos de esgoto pelo processamento termoquímico do iodo de estação de tratamento de esgoto (ETE)".
Ao todo, o projeto terá 12 etapas de execução, incluindo estudos e viabilidade técnica, econômica e ambiental. Na fase final, é esperada que a tecnologia desenvolvida na parceria entre Uece e Energia Pecém seja utilizada na usina, com a gradual substituição do carvão mineral pelo biocarvão.
Durante a assinatura do MoU, Monalisa Moura, coordenadora do projeto e professora do curso de Física da Uece, ponderou que o Brasil é o país que mais produz coco no mundo, seja ele verde ou em outras formas.
"A Região Nordeste é responsável pela maior produção de coco do País. Especificamente, o Ceará desponta no ranking como responsável por mais de 70% dessa produção. Na indústria do coco, 70% dele vira resíduo. Além de que nas regiões litorâneas, 70% do lixo encontrado em praias provém também da casca do coco verde. Estima-se que 2 milhões de toneladas desse resíduo de biomassa vegetal tem sido gerado por ano no País", argumentou.
Com informações do Diário do Nordeste.
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