O presidente norte-americano Donald Trump se tornou nas últimas semanas um grande defensor da cloroquina no tratamento de infectados pelo coronavírus, mesmo sem comprovação científica da eficácia do medicamento. O posicionamento pode ter também uma motivação pessoal, segundo reportagem do jornal The New York Times.
A publicação aponta que Trump tem uma pequena participação financeira na Sanofi, empresa francesa que é uma das maiores fabricantes do medicamento. Além disso, uma das principais acionistas da Sanofi é uma empresa administrada por Ken Fisher, grande doador do Partido Republicano, de Trump.
No entorno do presidente norte-americano, outras pessoas também podem se beneficiar financeiramente caso a cloroquina comece a ser usada em larga escala para o tratamento da covid-19. É o caso do secretário de Comércio do governo, Wilbur Ross, que administrava um fundo chamado Invesco, este investidor tanto da Sanofi quanto da Mylan, outra gigante do ramo farmacêutico.
O discurso de Trump a favor da cloroquina vinha se baseando em um estudo francês preliminar favorável ao medicamento. No entanto, a pesquisa da Sociedade Internacional de Quimioterapia Antimicrobiana acabou por concluir que a cloroquina "não atende ao padrão esperado pela sociedade" no tratamento da covid-19. Na Suécia, por exemplo, hospitais pararam de usar o medicamento com receio dos efeitos colaterais.
Originalmente desenvolvida para o tratamento da malária e doenças reumáticas, a cloroquina continua provocando discussões nos Estados Unidos sobre sua capacidade de ajudar a conter a pandemia no país. O território americano sofre com a doença e já ultrapassou os 10 mil mortos pelo coronavírus.
Com informações Uol Notícias
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