O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem (24) a proibição de entrada no país de viajantes do Brasil, por conta do crescimento dos casos da Covid-19, informou a Casa Branca.
A proibição vale para todos os não-americanos que estiveram no Brasil no período de 14 dias antes da entrada no território americano, informou a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany. O comércio não é afetado pela nova regra.
"A ação de hoje ajudará a garantir que os estrangeiros que estão no Brasil não se tornem uma fonte de infecções adicionais em nosso país", destacou McEnany no comunicado encaminhado à imprensa.
Antes do anúncio, Robert O'Brien, consultor de segurança nacional dos EUA, já indicava que a decisão de proibir a entrada de brasileiros era iminente ao ser entrevistado ontem no programa "Face the Nation", da rede CBS.
"Devido à situação no Brasil, vamos tomar todas as medidas necessárias para proteger o povo americano", acrescentou o consultor. Não é uma restrição exclusiva ao Brasil. Os EUA interromperam as viagens a partir da China, Europa e Grã-Bretanha à medida que o vírus se espalhava nessas áreas.
A América Latina se tornou o último epicentro da Covid-19, e o Brasil é o segundo país mais afetado do mundo, perdendo apenas para os EUA em número de casos.
Eleição
Fontes do governo brasileiro veem na iniciativa americana mais uma mensagem eleitoral de Trump. A Flórida, onde chegam quase metade dos voos hoje em operação entre Brasil e EUA, é um Estado-chave para a eleição presidencial em novembro.
Atualmente, há 13 voos semanais em operação entre os dois países sendo que seis têm a Flórida como destino e outros sete, o Texas. Só a Latam tinha 49 viagens semanais entre os dois países.
Com a restrição de entrada, as empresas podem continuar a operar as rotas, se desejarem, mas os passageiros que se encaixem na medida não poderão ingressar nos EUA. A tendência, portanto, é que o número de voos seja ainda mais reduzido.
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