O STJ (Superior Tribunal de Justiça) acolheu nesta quinta-feira (21) um recurso da defesa do médium João Teixeira de Farias, o João de Deus, 77, e decidiu pela sua transferência para um hospital de Goiânia.
Com a decisão, do ministro Nefi Cordeiro, do STJ, João de Deus será transferido para o Instituto de Neurologia de Goiânia ou outro hospital próximo que atenda o grau de complexidade necessário.
Defensor do médium, o advogado Alberto Toron baseou seu pedido nos laudos médicos, que apontam "risco de morte, que não pode ser ignorado".
"É uma pessoa que tem 77 anos. Não dá para menosprezar essa situação. Já teve uma série de intercorrências, de câncer à colocação de stents", afirmou Toron.
Além da idade, no pedido de habeas corpus a defesa alegou uma série de problemas de saúde, como a realização de uma cirurgia de grande porte que resultou na retirada de mais de 60% do estômago.
Disse ainda que em avaliação feita por um cardiologista ficou constatado que ele perdeu 17 quilos em dois meses, está desidratado e hipertenso e apresenta um linfonodo no pescoço e dor e edema na perna. Por isso, a internação seria necessária num período de quatro a oito semanas.
A transferência será, inicialmente, por quatro semanas, e o médium será acompanhado por escolta policial no local de tratamento médico. "Ou, acaso esta escolta não se revele materialmente viável, pelo monitoramento eletrônico", diz trecho da decisão do ministro.
João de Deus se tornou réu no início do ano pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual, após a juíza Rosângela Rodrigues dos Santos aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás.
O médium está preso desde 16 de dezembro em Goiânia. Ele nega as acusações. É investigado por estupro, estupro de vulnerável, violação sexual e posse ilegal de arma. A denúncia da Promotoria foi oferecida à Justiça no dia 28 de dezembro.
Desde o surgimento dos casos, o Ministério Público montou uma força-tarefa junto à Polícia Civil para apurar as denúncias dos abusos cometidos pelo médium e recebeu ao menos 500 acusações de mulheres contra João de Deus.
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