Com destaque para heróis da resistência negros e índios, a Mangueira homenageou o jangadeiro cearense Chico da Matilde, conhecido como Dragão do Mar
Com enredo que dá visibilidade para heróis da resistência negros e índios, a Estação Primeira de Mangueira foi a escola de samba que venceu o Carnaval do Rio de Janeiro neste ano. Este é o 20º título da escola de samba, que fez homenagem ao cearense Chico da Matilde, o Dragão do Mar.
O jangadeiro foi responsável por impedir o embarque de escravos no Ceará e contribuiu para o pioneirismo da abolição da escravidão no Ceará. No ano passado, a escola ficou em 5º lugar. A última vez que a agremiação foi campeã tinha sido em 2016, com enredo sobre a cantora Maria Bethânia.
As outras duas escolas que fizeram referência ao Ceará nos enredos não conseguiram um dos seis lugares no Desfile das Campeãs. A Paraíso da Tuiuti ficou em 8º lugar, enquanto a União da Ilha terminou a apuração na 10ª colocação.
A partir da história do Bode Ioiô, a Paraíso do Tuiuti fez uma crítica à atual conjuntura política
A Paraíso do Tuiuti contou a história do Bode Ioiô, que foi eleito vereador no Ceará nos anos 1920 em forma de protesto. O personagem emblemático da cultura cearense serviu de mote para traçar paralelos com a atual conjuntura política do País, de maneira bem humorada.
Com forte tom político, a agremiação trouxe críticas ao discurso pró-armamento em referência ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). No último carro, Ioiô deu um coice em um tanque de guerra, elemento que representa os militares no poder.
A obra dos escritores cearenses Rachel de Queiroz e José de Alencar foi tema para a União da Ilha do Governador
Já a União da Ilha do Governador levou para avenida enredo sobre o Ceará a partir da obra dos escritores José de Alencar e Rachel de Queiroz. Romances escritos pelos cearenses serviram de inspiração para as fantasias e alegorias da agremiação, cuja a comissão de frente teve um Padre Cícero "voando" na avenida.
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