O secretário de Segurança do Ceará, André Costa, informou que 50% dos 5.134 mortos em 2017 no Estado faziam parte de facções criminosas. Ele disse ainda que 63% tinham antecedentes criminais e que 83% eram ou foram usuários de drogas.
As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Verdes Mares, na manhã nesta segunda-feira (29), dois dias após a chacina das Cajazeiras, em Fortaleza, que terminou com 14 mortos.
“O cidadão, hoje, tem muito medo de ir para as ruas, ser assaltado e, em decorrência desse assalto, ser morto. Mas, um dado positivo: em 2017 não houve aumento dos latrocínios. De pouco mais de 5.100 mortos, 88 foram latrocínios”, destaca o secretário.
“83% (dos homicídios) tiveram histórico com drogas. 9% a definir. Só tenho certeza que 8% não tinha histórico com drogas. Outro dado que nós temos, 63% já tinham antecedentes, praticamente 2/3 dessas pessoas mortas. Ou seja, o que dá em torno de 3.500 que tinham antecedentes criminais”, disse André Costa.
O secretário aponta que há dificuldade em identificar mortes de pessoas ligadas às facções, pois as famílias têm medo de algum tipo represália.
“É um pouco mais difícil porque muitas vezes as famílias relatam que o filho tinha histórico com droga, mas às vezes têm receio de falar com policial que ele era ligado à alguma facção. Ainda assim, temos um dado confirmado que 50% dessas mortes eram de pessoas ligadas a facções criminosas. E ainda temos aí um número alto, de mais de 30%, que ainda não está definido, porque as famílias não disseram nada”, revelou o secretário durante entrevista.
Maior chacina da história
Pelo menos 14 pessoas foram vítimas de uma chacina na madrugada deste sábado (27), no Bairro Cajazeiras. O caso aconteceu em uma pequena casa de shows, conhecida como “Forró do Gago”, na Rua Madre Tereza de Calcutá, na Comunidade Barreirão.
Pessoas armadas chegaram em carros e atiraram em outras que estavam na rua, sem qualquer alvo certo. Morreram clientes do local, trabalhadores que estavam vendendo lanches e até um motorista do Uber, que passava pela região.
Além dos 14 mortos, nove pessoas foram internadas no Instituto Dr. José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza. Quatro seguem internados após cirurgia (um homem, uma mulher e duas adolescentes). Um homem também está internado no Frotinha de Messejana.
O crime já teve cinco suspeitos identificados. Foi a maior registrada na história do Ceará.
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