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sábado, 5 de julho de 2014

Corpos de vítimas de queda de viaduto em BH são enterrados











Indignação e dor tomaram familares e amigos das vítimas (Foto: Laura de Las Casas/G1)
Os corpos das duas vítimas da queda do Viaduto Guararapes, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, foram enterrados no fim da tarde desta sexta-feira (4). Dor e indignação marcaram as cerimônias de despedida de Hanna Cristina dos Santos, de 24 anos, e Charlys do Nascimento, de 25.

O sepultamento da motorista Hanna Cristina foi realizado no Cemitério Bosque da Esperança, na região norte de Belo Horizonte. Ela dirigia o micro-ônibus que teve a parte dianteira esmagada pela estrutura que fica sobre a Avenida Dom Pedro I. Já o enterro do corpo do servente de pedreiro Charlys do Nascimento ocorreu no Cemitério Municipal de Lagoa Santa, na Região Metropolitana. Ele passava de carro pelo local para ir buscar a mulher no trabalho, quando o viaduto veio abaixo, esmagando o veículo dele.

O elevado desabou na tarde desta quinta-feira (3), na Avenida Pedro I, próximo à Lagoa do Nado. Dois caminhões, um carro e um micro-ônibus foram atingidos pela estrutura. Outras 23 pessoas ficaram feridas, inclusive a filha da motorista do micro-ônibus, Ana Clara, de 5 anos. As causas do acidente ainda são desconhecidas.

‘Companheiro’Juarez Moreira, de 52 anos, pai do servente de pedreiro definiu o filho como “companheiro”. Ele conta que Nascimento tinha uma irmã que morreu aos 13 anos, vitimada por uma doença rara. Segundo Moreira, o filho cuidava muito da mãe, com quem tinha uma relação muito próxima. Durante o velório, a mulher, que estava medicada, ficou todo o tempo ao lado do corpo do filho.

“O Charles era um cara vitorioso, vencedor. Os pais se separaram quando ele ainda era pequeno. E ele cresceu aprendendo a cuidar da mãe e da irmã, que também morreu cedo. Ele tinha tudo para seguir por um caminho obscuro, mas sempre preferiu conquistar as coisas com honestidade”, disse Flávio Elias, amigo da família da vítima.

O pai mostrou indignação com a morte do servente de pedreiro. “Eu ouvi comentário na TV do prefeito e não gostei. Ele, como governante, falar que ninguém é culpado e que acidentes acontecem. Isso é uma falta de respeito. É claro que tem culpados e quem vai dar esta resposta é o poder público. Mas Deus está me dando forças”, disse Moreira, que era amparado por dois filhos, de 9 e 11 anos, que teve em outro casamento.

Nascimento era casado e criava os enteados como se fossem filhos dele próprio. "Não era o itinerário dele, é o meu", disse Cristilene Pereira Sena, mulher da vítima. Como ele estava atrasado para buscá-la, ela começou a procurar notícias do marido.

Cristilene conta que, ao chegar ao local do acidente, perguntou se havia alguma moto debaixo dos escombros. O marido usava a motocicleta normalmente, mas, na quinta-feira, saiu de carro. Os bombeiros que trabalhavam no local disseram para ela ficar tranquila, porque havia "somente um carro" debaixo da estrutura tombada. Quando mostraram uma foto, porém, Cristilene reconheceu o veículo do marido. "Esse carro é dele", contou. Os dois eram casados havia 7 anos, e Cristilene conta que Charlys era "uma bênção". "Ele era a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Era um pai para os meus filhos", descreveu.

‘Heroína’
Durante o velório, muito emocionada, a mãe de Hanna Cristina, Analina Soares Santos, falou que os passageiros disseram que a filha foi uma "heroína", porque ela teria conseguido frear o micro-ônibus e evitar ferimentos mais graves. "Os passageiros estão falando que ela foi uma heroína, que ela salvou os passageiros do ônibus porque ela freou o ônibus pra salvar a filha", contou a mãe.

Tiago dos Santos contou que dividia a direção do micro-ônibus com a irmã. Ele rodava na parte da manhã e Hanna, à tarde. Questionado sobre o risco de ser ele a vítima do acidente, já que passava várias vezes por dia no local do desabamento, ele disse que gostaria que fosse ele mesmo. “Eu preferia que tivesse sido eu”, revelou com pesar pela morte da irmã caçula. Eles ainda têm mais uma irmã.

Hanna dirigia o veículo havia três anos, e segundo a mãe, amava a profissão. “Ela morreu fazendo o que gostava”, lamentou, emocionada. O dono do veículo é o pai, José Antônio dos Santos. Ele deixou Belo Horizonte há alguns anos e foi morar em um distrito de Florestal, cidade a 65 quilômetros da capital mineira. Com isso, deixou o ônibus como fonte de renda para os filhos.

Fonte: G1

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