Jorge Rosa Sales, primo do goleiro Bruno Fernandes, está em Belo
Horizonte, Minas Gerais, acompanhado de uma escolta de homens do
Batalhão de Operações Especiais (Bope). A informação foi confirmada ao
EXTRA pela assessoria de imprensa da Polícia Militar: “O Comando de
Operações Especiais está conduzindo uma testemunha do caso Eliza Samudio
a MG”.
A preocupação com a segurança do jovem acontece por ele ter revelado, em
entrevista à Rádio Tupi, que havia um plano para matá-lo. Jorge
provocou uma reviravolta no caso ao afirmar, na mesma entrevista, saber onde o corpo da ex-amante do jogador está enterrado: um terreno perto ao Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.
Segundo Jorge - que era menor à época do desaparecimento de Eliza, em
julho de 2010 - a jovem foi morta por asfixia, na casa de Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola. O corpo foi enrolado num lençol e colocado
dentro de um saco preto, lacrado. O transporte dele até o local onde
foi enterrado ocorreu num EcoSport. Luiz Henrique Macarrão Romão, o
Macarrão, ajudou a imobilizar Eliza e seguiu no carro. Bruninho, filho
de Eliza com o goleiro, estava no colo de Jorge durante todo o tempo.
- Ele chorava muito - contou.
Jorge disse, ainda, que Eliza não foi esquartejada: Bola cortou uma das
mãos dela, na altura do pulso. O membro teria sido enterrado junto com o
corpo. O jovem disse não saber o endereço do local - que ele alegou ser
um cemitério clandestino - mas afirmou saber como chegar até lá.
Por meio da assessoria de imprensa, o delegado Wagner Pinto, titular do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que as
declarações prestadas por Jorge ainda não chegaram à unidade. Segundo
ele, o primeiro passo da Polícia Civil será solicitar à Rádio Tupi a
entrevista.
Advogado de Bruno, Thiago Lenior disse ter ficado surpreso com as
declarações de Jorge. Segundo ele, elas provam que o goleiro não sabia
da ocultação de cadáver:
- É de nosso interesse que tudo seja esclarecido.
Ex-advogado diz estar 'perplexo'
O advogado Eliézer Jonatas de Almeida Lima, que representou Jorge de
julho de 2010 até fevereiro de 2013, contou que nunca o orientou a
mentir em seus depoimentos. Ele disse estar "perplexo e surpreso" com as
declaraçõs dadas por ele.
- Ele deu quatro versões para o crime e nunca mencionou a de hoje. Nunca
me contou isso. Depois de tanto tempo, acontece isso. Acho que ele está
querendo aparecer mais uma vez - disse.
Condenação
Bruno foi condenado a 22 anos anos e três meses de prisão pelos crimes
de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, além de
sequestro e cárcere privado de seu filho, em 8 de março do ano passado.
Na ocasião, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Fórum de
Contagem, afirmou que ele foi o mandante do crime e mostrou ser “fria,
violenta e dissimulada”.
extra.globo.com/casos-
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