A Comissão Disciplinar Militar que integra a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) recomendou nesta quarta-feira (27) que o ex-deputado federal Cabo Sabino seja expulso da Polícia Militar por ter liderado um motim no ano passado.
A decisão final deve ser tomada pelo controlador geral de disciplina, Rodrigo Bona Carneiro. Cabo Sabino se antecipou a essa decisão e publicou em uma rede social que foi expulso da PM após 29 anos de serviço.
"A CGD decidiu hoje pela minha expulsão da PMCE após 29 anos de serviço. Como disse o apóstolo Paulo: 'Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé'. Isso só Deus pode tirar de mim, não cabe aos homens", escreveu Sabino.
Procuradas, a CGD e a defesa do policial, não se manifestaram sobre o assunto. Além de responder na CGD, Cabo Sabino é réu na justiça estadual por incitação, aliciamento para motim ou revolta.
No dia do início do motim, 18 de fevereiro, Cabo Sabino e mulheres que se intitulavam "esposas de militares" se dirigiram para o 18º Batalhão de Polícia Militar no Bairro Antônio Bezerra, onde fecharam a entrada do prédio e iniciaram uma manifestação, com adesão dos PMs, de acordo com o MPCE.
Viaturas e motocicletas policiais começaram a ter os pneus esvaziados, para não circularem. O movimento, então, se espalhara por pelo menos 13 batalhões da capital cearense e do interior.
Violência durante o motim
Em 13 dias com ausência da Polícia Militar nas ruas, houve um salto da violência no estado. O número de assassinatos no Ceará cresceu 138% quando comparados os primeiros 25 dias do mês de fevereiro de 2019 e 2020.
Os policiais decidiram pelo fim da paralisação no dia 1º de março de 2020, em votação no 18º Batalhão da PM, epicentro do movimento. Cabo Sabino informou aos policiais as condições que o Governo do Estado oferecia.
"Vocês acabaram de assinar a minha demissão", afirmou Sabino após a decisão pelo fim do movimento paredista.
Fonte: G1
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