A polícia de São Paulo tenta avançar na investigação relacionada ao maior roubo já registrado até aqui no país de vacinas contra a Covid. O caso ocorreu na quarta-feira, 24, quando os ladrões levaram 98 doses da UBS Vila Império II, em Americanópolis, Zona Sul da capital paulista. Uma das principais pistas para se chegar aos bandidos é um conjunto de vídeos. A partir dessas imagens, os agentes tentam estabelecer a rota de fuga da dupla de criminosos em uma moto. Pelo estudo do trajeto, que evitou vias de grande circulação, o delegado José Ademar de Souza, titular do 43.o DP, avalia que os criminosos podem ser da própria vizinhança. Segundo ele, outras características da ação afastam, a hipótese de o roubo ter sido feito por alguma quadrilha especializada ou pelo crime organizado.
“Havia um lote de vacinas, mas o ladrão levou alguns frascos. Ele sequer tinha como transportar as vacinas. Usava apenas uma pochete. Chegou na sala de vacinação, fez uma pergunta à funcionária sobre quem poderia ser vacinado. Quando ela começou a responder, ele mostrou a arma e mandou que lhe desse as vacinas. Depois saiu da sala e só foi abordado por um porteiro, desarmado. Mostrou a arma ao porteiro e fugiu, subindo em uma moto. Se fosse uma estratégia de roubo de vacinas para venda, ele teria levado muito mais”, afirma o delegado.
A funcionária que foi abordada pelo ladrão ficará até segunda-feira em casa, recuperando-se do susto. O delegado afirmou ser impossível colocar uma viatura em cada posto de vacinação do estado, já que só na capital são mais de 400 locais desse tipo. A vigilância, no entanto, foi ampliada na maioria dos municípios. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado, mais 4 000 policiais foram colocados nas ruas, tanto para a segurança das vacinas quanto para a fiscalização das medidas sanitárias.
“O ladrão que rouba um posto de saúde, uma escola, uma creche, está roubando dos próprios vizinhos, está roubando a vacina da avó do amigo dele no bairro”, diz o delegado, para quem mesmo o crime estabelecido na região se ressente desse tipo de comportamento. “Eu achei que seria mais fácil chegar aos autores, mas neste momento ainda não localizamos os ladrões. O ladrão que entrou no posto de saúde colocou a mão na mesa e deixou digitais. Estamos investigando isso”, afirma o delegado. Para ele, pela falta de acondicionamento correto, essas doses podem ter sido até inviabilizadas. “Ele colocou tudo numa pochete, estava calor. Essas vacinas podem ter sido perdidas ou mesmo fazer mal para quem tomar.” (👉Clique Aqui e tenha acesso aos vídeos)
Informações com 👉 REVISTA VEJA
Nenhum comentário:
Postar um comentário