Preso desde 7 de abril, o ex-presidente pela primeira vez deixou a sala especial que ocupa na sede da Polícia Federal para se deslocar, sob forte escolta, até o gabinete de Gabriela Hardt, na Justiça Federal.
“O sr. sabe do que está sendo acusado?”, indagou a juíza, seguindo o rito dos interrogatórios a que são submetidos todos os réus.
“Não”, respondeu secamente o petista, para, em seguida, emendar que estava disposto a responder a toda e qualquer pergunta. “Eu sou dono do sítio ou não?”, ele protestou.
“Isso é o senhor que tem que responder e não eu”, ponderou Gabriela. “E eu não estou sendo interrogada nesse momento.”
“Quem tem que responder é quem acusou”, interrompeu Lula.
“Eu vou fazer as perguntas para que o caso seja esclarecido, para que eu possa sentenciar, ou algum colega possa sentenciá-lo.”
Em um momento seguinte da audiência, Lula perguntou a juíza. “Quando eu posso falar, Dra?”
“O sr pode falar, o sr pode responder quando eu perguntar no começo”, disse Hardt.
“Mas pelo que eu sei é meu tempo de falar”, respondeu o ex-presidente.
“Não, é o tempo de responder às minhas perguntas. Eu não vou responder interrogatório nem questionamentos aqui, está claro?”, afirmou a magistrada.
“Está claro que eu não vou ser interrogada?”, insistiu Hardt.
“Eu não imaginei que fosse assim, Dra”, disse Lula.
“Eu também não”, afirmou Gabriela.
“Como eu sou vítima de uma mentira há muito tempo”, afirmou Lula.
“Eu também não imaginava, então, vamos começar com as perguntas. Eu já fiz um resumo da acusação e vou fazer perguntas. O sr fica em silêncio ou o sr responde”, disse a juíza.
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