Desde 1950 que o Ceará não enfrentava um período tão longo de chuvas abaixo da média histórica. Já são cinco anos seguidos, se persistir o atual quadro. Nesses últimos dois dias não houve registro de precipitações no Ceará. E a tendência é exatamente essa: ocorrer uma redução na quantidade pluviométrica.
O cenário é desolador e decorre do fenômeno El Niño, já previsto pelos institutos meteorológicos do Brasil e de outros países. Faltando cinco dias para acabar o mês, choveu 41.8% abaixo da média histórica do mês, que é 188mm.
Pesquisador da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), David Ferran, observa que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema de chuva no Ceará de fevereiro a maio está afastada em direção ao Hemisfério Norte e ao mesmo tempo ocorre a formação de um centro de alta pressão decorrente do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) que inibe a formação de nuvens.
"O distanciamento da Zona de Convergência aliado ao centro de Alta pressão vem provocando a ausência de chuva nesses últimos dois dias no Ceará", disse Ferran. "A tendência em ano em que ocorre El Niño é a diminuição das chuvas em abril e maio e estamos observando isso, infelizmente".
Segundo os dados da Funceme, no decorrer deste mês de abril, a região do Cariri foi a que registrou maior redução de chuva, com índice negativo de -71.1%. O segundo maior desvio ocorreu no Sertão Central e Inhamuns (-51.9%), seguido da região jaguaribana (-50.0%). A Ibiapaba registrou desvio de -40.8% e o Maciço de Baturité de -36.6%. No Litoral Norte até ontem havia chovido -22.1% da média histórica e no Litoral de Fortaleza o índice ainda estava negativo em -7.6%. A única região que registrou taxa positiva foi o Litoral do Pecém (7.5%).
Com informações do DN Online
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