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O Ceará pode sair na frente na corrida mundial pelo combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Pesquisadores da Universidade Estadual (Uece) desenvolveram um bio-óleo a partir da casca de coco para ser matéria-prima de substitutos do querosene (derivado do petróleo) usado para abastecer aeronaves.
A avaliação é de que o produto deve atrair investidores por ser mais competitivo, graças ao potencial local agrícola, além do fator geográfico. Atualmente, o Ceará é o maior produtor do fruto no Brasil, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022.
Conforme explica a professora do Departamento de Física e Coordenadora do Laboratório de Conversão Energética e Inovação (LCE+) do Centro de Ciências e Tecnologia da Uece, Mona Lisa Moura, o bio-óleo é extraído a partir de um processo de degradação térmica da biomassa vegetal, chamado de pirólise.
Por meio desse método, a casca do coco, seja ela verde ou seca, também é utilizada para produzir biocarvão (conhecido como biochar) e um gás de síntese rico em hidrogênio.
Ademais, esse reaproveitamento contribuirá com o descarte correto no Estado. Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é proibido depositar casca de coco em aterros sanitários, já que é um material de difícil decomposição, com período estimado de oito a 10 anos para ser degradado, segundo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Por isso, é necessário fazer a logística reversa (processo de reinserir a mercadoria na cadeia produtiva) para evitar os impactos ambientais negativos. “Esses resíduos são um grande problema ambiental, sendo produzidos em milhões de toneladas”, frisa a professora.
Com informações do Diário do Nordeste.
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