Os temporais e enchentes que causaram 165 mortes no Rio Grande do Sul agora colocam o estado em alerta devido à leptospirose. Até este sábado (25), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) registrou 800 casos suspeitos da doença desde o início do desastre.
A leptospirose é transmitida pela água contaminada com urina de ratos. O risco de infecção aumentou devido às inundações que ocorrem no estado desde o fim de abril.
De acordo com a Secretaria de Saúde, há 54 casos confirmados e quatro mortes. As vítimas fatais são:
- Eldo Gross, 67 anos, de Travesseiro;
- Um homem de 33 anos, de Venâncio Aires;
- Um homem de 50 anos, de Porto Alegre;
- Um homem de 56 anos, de Cachoeirinha.
Além disso, há outros quatro óbitos em investigação em Encantado, Sapucaia do Sul, Viamão e Tramandaí.
Os exames que confirmam a leptospirose são realizados pelo Laboratório Central (Lacen) do RS. Existem dois métodos diagnósticos: o de biologia molecular (RT-PCR), para suspeitas nos primeiros sete dias de sintomas, e o diagnóstico sorológico, que detecta anticorpos após sete dias de sintomas.
"A realização dos exames está disponível para todos os casos suspeitos que tiveram exposição à enchente, e de forma gratuita", afirma Loeci Natalina Timm, chefe do Lacen.
O QUE É A LEPTOSPIROSE?
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira interrogans, transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente roedores.
Durante enchentes, a urina de ratos presente em esgotos e bueiros mistura-se à enxurrada e lama das inundações. Qualquer pessoa em contato com essa água ou lama contaminada pode se infectar. A bactéria penetra o corpo humano pela pele ou mucosas. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a doença aos humanos.
Embora frequentemente assintomática, a leptospirose pode evoluir para um quadro grave, com falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de letalidade média é de 9%.
COMO É O TRATAMENTO?
O tratamento é feito com antibióticos e deve ser iniciado imediatamente ao surgir a suspeita, por um profissional de saúde.
Casos leves são tratados em regime ambulatorial, enquanto casos graves requerem hospitalização imediata para evitar complicações e reduzir a letalidade. A automedicação não é recomendada.
Ao suspeitar da doença, deve-se procurar um serviço de saúde e relatar a exposição de risco. O uso de antibióticos é indicado em qualquer estágio da doença, mas sua eficácia é maior na primeira semana dos sintomas.
Via Meio Norte
(Ilustração: Éber Evangelista/SAÚDE é Vital)
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