Foram 10 de anos de um relacionamento conturbado, quatro anos morando juntos e, quando Talita Lopes Falcão, de 34 anos, se mudou para morar com a mãe, teriam começado as perseguições e ameaças. A situação se arrastava de forma que Talita não saía mais de casa, estava reclusa e temerosa. As informações são da advogada da vítima, Mariana Diniz.
Na última segunda-feira, 12, Talita Falcão teve cerca de 80% do corpo queimado após o seu ex-companheiro jogar gasolina contra ela e atear fogo. Ela está internada em estado grave no Instituto Dr. José Frota (IJF). O homem, Jorge Luis Santos de Carvalho, de 34 anos, foi preso em flagrante.
Há dois meses, houve uma situação que deixou todos em sinal de alerta. "Ele falou para a filha que iria colocar fogo na mamãe", descreveu a advogada da vítima de tentativa de feminicídio. Depois que Talita foi morar com a mãe, ela passou a ser alvo de ameaças de morte.
De acordo com a advogada, a vida de Talita era pautada em casa e trabalho. Ela cuidava da filha, de apenas 4 anos de idade, e da mãe, que tem problemas de saúde e ficou viúva há dois meses. O desgaste no relacionamento seria uma série de violências sofridas por Talita, seja psicológica ou patrimonial.
O companheiro parou de trabalhar e ela se tornou a principal responsável pela renda da família. A advogada relata que ele exigia ser sustentado pela mulher, que também era pressionada psicologicamente e, posteriormente, alvo de ameaças de morte.
Para a advogada, o caso foi premeditado, em virtude de ter sido encontrado um galão de gasolina, isqueiro e uma carta escrita pelo ex-companheiro. Além disso, o aviso dele, feito por meio da criança, foi algo que impactou a família.
Jorge Luís Santos de Carvalho foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva. Na audiência de custódia, o juízo destacou que a vítima possuía medidas protetivas em desfavor do ex-companheiro e, apesar da restrição, o homem não se afastou e cometeu o crime.
A luta de Talita agora é pela vida. Internada, ela segue sob tratamento para as queimaduras. Fora dos hospitais, a advogada da vítima chegou a movimentar uma campanha para doação de sangue.
"Já sabia que ela era muito batalhadora e nessa situação, que é difícil, ela está se mostrando mais forte. E a gente também luta pela vida dela, indiretamente. Já vou para o Hemoce doar sangue", completou a advogada Mariana Diniz.
(O Povo)
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