Governo pretende criar 11,5 mil novas vagas do curso superior até 2017.
Municípios têm mais de 70 mil habitantes e ainda não oferecem medicina.
Com o objetivo de criar 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina
até 2017, os ministérios da Educação e da Saúde anunciaram nesta
quinta-feira (4) que selecionaram 39 municípios aptos a receber novas
faculdades do curso superior. As cidades escolhidas têm 70 mil
habitantes ou mais e não ofereciam a formação médica.
De acordo com o Ministério da Saúde,
a intenção do governo é dar atenção às necessidades da população e à
infraestrutura dos serviços. A pasta informou que deu priorizou
localidades com escassez de médicos.
Os 39 municípios escolhidos para sediar novas faculdades de medicina
estão distribuídas em 11 estados: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais,
Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e São Paulo.
Além dos municípios apontados pelo Executivo federal, outros sete - Crato (CE),
Bacabal (MA), Ananindeua (PA), Itaboraí (RJ), Assis (SP), Indaiatuba
(SP) e Pindamonhangaba (SP) - terão seis meses para promover adequações
recomendadas pelo MEC para também poderem sediar o curso.
Uma comissão de especialistas dos dois ministérios vistoriou 205 cidades
que se habilitaram para receber faculdades de medicina. Segundo o Ministério da Educação,
os 39 pré-selecionados atendem, entre outros, a pré-requisitos de
infraestrutura, importância da cidade em relação aos municípios vizinhos
e condições de receber novos alunos.
Dados de julho divulgados pelo governo apontam que, atualmente, há no Brasil 21.674 vagas de medicina.
O ministro da Educação, Henrique Paim, disse que ainda não há prazo para
que os cursos sejam oferecidos à população, já que, apesar dos
municípios terem sido selecionados, as instituições de ensino ainda não
estão definidas.
"Nossa preocupação, primeiro, é a qualidade. Vamos dar um prazo para que
elas [as faculdades interessadas] apresentem seus projetos. Esse ano
ainda queremos aprovar a seleção destas instituições. Automaticamente,
elas terão as vagas autorizadas este ano. [...] Esse processo vai até
2017. A criação de um curso de medicina requer um grande investimento",
afirmou Paim.
Mais Médicos
Nesta quinta, o Ministério da Saúde também divulgou pesquisa encomendada pela própria pasta, executada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Política e Econômicas (Ipespe), que revela as impressões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com o programa Mais Médicos. A iniciativa federal disponibiliza médicos brasileiros e estrangeiros a municípios da periferias de grandes centros urbanos e do interior do país para atuar no primeiro atendimento médico.
Nesta quinta, o Ministério da Saúde também divulgou pesquisa encomendada pela própria pasta, executada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Política e Econômicas (Ipespe), que revela as impressões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com o programa Mais Médicos. A iniciativa federal disponibiliza médicos brasileiros e estrangeiros a municípios da periferias de grandes centros urbanos e do interior do país para atuar no primeiro atendimento médico.
Segundo o ministério, a UFMG e o Ipespe ouviram, entre os dias 4 de
junho e 6 de julho, 4 mil pessoas que foram atendidas por médicos do
programa. Ainda de acordo com a pasta, o estudo apontou que 86% dos
entrevistados consideram que a qualidade do atendimento melhorou após a
chegada dos profissionais contratados pelo Mais Médicos.
Para 58% das pessoas ouvidas, os pontos fortes do programa são a
ampliação do atendimento e o aumento no número de consultas. Outro ponto
destacado foi a presença de profissionais diariamente nas unidades
básicas de saúde (33%).
O estudo revela ainda que 74% dos entrevistados disseram acreditar que o
Mais Médicos está melhor do que o esperado. Apenas 2%, segundo a
pesquisa, consideram que o programa está pior do que o anunciado pelo
governo.
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, atualmente o programa
conta com 14.462 profissionais em 3.785 municípios e em 34 distritos
indígenas. O atendimento, segundo Chioro, foi expandido a 50 milhões de
brasileiros em um ano.
"Todos aqueles [números] levantados contra o Mais Médicos, todos eles,
um a um, foram destruídos. Primeiro, que faltava médico no Brasil.
Segundo, que esses médicos que vieram trabalhar não tinham qualidade",
afirmou o titular da Saúde.
"O outro mito era o de que nós não teríamos uma ampla estrutura para
garantir as condições de trabalho, que a língua seria um empecilho. E,
por último, de que era um programa meramente pontual. O programa
demonstrou de fato que entra estruturalmente para mudar a situação no
país", completou.
Pesquisa Datafolha
Em agosto, pesquisa feita pelo instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), revelou que 93% dos eleitores brasileiros avaliam os serviços público e privado de saúde como péssimos, ruins ou regulares. Entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), 87% dos entrevistados declararam insatisfação com os serviços oferecidos.
Em agosto, pesquisa feita pelo instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), revelou que 93% dos eleitores brasileiros avaliam os serviços público e privado de saúde como péssimos, ruins ou regulares. Entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), 87% dos entrevistados declararam insatisfação com os serviços oferecidos.
O Datafolha ouviu 2.418 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 3 e 10
de junho deste ano. A pesquisa foi realizada em 200 municípios de todas
as regiões do país.
À época, o Ministério da Saúde divulgou nota na qual afirmava que o
levantamento "reitera desafios importantes", mas também "aponta avanços"
do sistema público de saúde, e lamentou "a interpretação tendenciosa e
parcial dos dados e o esforço do CFM na tentativa de desconstrução do
SUS".
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