Até esta quinta-feira (10), foram confirmados no Ceará, 80 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika em 30 municípios diferentes. Dos casos suspeitos, um deles já foi confirmado em um bebê que morreu. Os números são do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Ceará e foram divulgados nesta sexta-feira (11). Na semana passada haviam sido registrados 40 casos da doença em todo o Estado.
Dos casos em investigação, 31 são de Fortaleza (39,2 do total), cinco em Maracanaú (6,3%), cinco em Barbalha (6,3%) três em Cruz (3,8%), dois no Eusébio (2,5%), dois em Aquiraz (2,5%), dois em Banabuiú (2,5%), dois em Caucaia (2,5%) e dois em Itapajé (2,5%). Nos demais municípios ocorreram um caso em cada um. Dentre os notificados, 98,8% estão em investigação e um caso foi confirmado (óbito). 91,2% dos casos de microcefalia relacionada ao vírus Zika notificados foram em recém-nascidos e 8,8%, intrauterina.
Microcefalia
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com um crânio de um tamanho menor do que o normal – com perímetro inferior ou igual a 33 centímetros. A condição normal é de que o crânio tenha um perímetro de pelo menos 34 centímetros. Essas medidas, no entanto, valem apenas para bebês nascidos após nove meses de gestação, e não são referência para prematuros.
Na maior parte dos casos, a microcefalia é causada por infecções adquiridas pelas gestantes, especialmente no primeiro trimestre de gravidez – que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. De acordo com os especialistas, outros possíveis causadores da microcefalia são o consumo excessivo de álcool e drogas ao longo da gestação e o desenvolvimento de síndromes genéticas, como a síndrome de Down.
Recomentações
Para evitar o contágio, a Secretaria de Saúde orienta sobre os cuidados com o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus. As gestantes devem fazer uso de repelente tópico, considerando a relação causal entre o Zika vírus e os casos de microcefalia relacionada ao vírus Zika diagnosticados no país. Estudos indicam que o uso tópico de repelentes a base de DEET por gestantes não apresenta riscos.
Em casa, os repelentes ambientais saneantes regularizados devem ser regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses produtos não devem ser indicados ou utilizados diretamente em seres humanos, mas em superfícies inanimadas e/ou ambientes, seguindo sempre, com atenção, as orientações do fabricante.
É importante que as gestantes realizem um acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. Elas também não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.
Além disso, a população deve adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas. Gestantes devem usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
G1 CE
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