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sábado, 22 de março de 2025

Influenciadora do 'Jogo do Tigrinho' presa no Ceará movimentou mais de R$ 3 milhões em 2 anos

A suspeita teve a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar - Outros dois influenciadores detidos em Juazeiro do Norte tiveram a prisão preventiva mantida

A influenciadora digital Victoria Oliveira foi uma das presas na Operação Gizé, por suspeita de integrar uma associação criminosa que divulgava jogos não autorizados no Brasil

A Operação Gizé, deflagrada pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) na última quinta-feira (20), desarticulou uma suposta quadrilha que cometia crimes relacionados a jogos de azar - como o 'Jogo do Tigrinho'. Entre os três influenciadores digitais presos no Ceará, está uma mulher que teria movimentado mais de R$ 3 milhões em 2 anos.
A movimentação financeira foi realizada pela influenciadora Victoria Haparecida de Oliveira Roza, de 2023 para cá, em apenas uma conta bancária. Poucas horas após o cumprimento do mandado de prisão preventiva contra Victória, a Justiça Estadual converteu a medida em prisão domiciliar, em razão da influenciadora ser mãe de uma criança (menor de 12 anos).

Quem são os influenciadores presos - Outros dois influenciadores também foram presos em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, no Ceará: Janisson Moura Santos e Milena Peixoto Sampaio. Ao contrário de Victoria Oliveira, a dupla teve a prisão preventiva mantida.
Mais três influenciadores digitais foram detidos, na Operação, nos municípios de Bacabal (Maranhão), Feira de Santana (Bahia) e Manhuaçu (Minas Gerais), com apoio das polícias locais. Além das seis prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.
7 veículos de luxo foram apreendidos com os suspeitos: três Jeep Compass, dois Toyota Corolla, um Toyota SW4 Diamond e um Volkswagen Nivus. Bolsas de marca, avaliadas em mais de R$ 10 mil, também foram retidas. E contas bancárias dos suspeitos foram bloqueadas, por decisão da Justiça.

Como funcionava o esquema com plataformas chinesas - O delegado Giovani Moraes, da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, afirma que os influenciadores digitais investigados faziam divulgação de plataformas de apostas chinesas, que não tinham autorização para funcionar no Brasil. Um dos jogos divulgados era o Jogo do Tigrinho. Cada publicação dos influenciadores, nas redes sociais, rendia cerca de R$ 5 mil para os influenciadores.
E, a cada depósito dos seguidores na plataforma, os influenciadores também ganhavam uma porcentagem. A investigação policial identificou prejuízos de até R$ 20 mil para as vítimas.
Esses influenciadores digitais, inclusive, possuem grupos de WhatsApp, onde eles fornecem dicas de horários que, em tese, pagariam mais (nos jogos), fazendo que o apostador acredite que realmente aquele horário vai pagar. E ele não vai pagar, porque não existe essa lógica. É um jogo de azar, que é feito para que sempre a banca tenha lucro, e não o apostador.
Segundo o delegado Giovani Moraes, o esquema criminoso tinha como "chefes" os chineses proprietários das plataformas de jogos online, que pagavam aos influenciadores pela divulgação. Já os "agentes" eram influenciadores brasileiros que tinham uma certa experiência e captavam outros influenciadores para o negócio.
Os investigados podem ser responsabilizados pelos crimes de associação criminosa ou por integrar organização criminosa, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro. A Polícia Civil irá aprofundar as investigações, a partir do material apreendido e do levantamento do sigilo bancário, para concluir o inquérito.

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