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segunda-feira, 24 de março de 2025

Ataque a provedores do Ceará é chamado de “cibercangaço” e repercute no país

Reportagem do jornal O Globo deste domingo apresentar problema para fora do estado.
O jornal O Globo deste domingo (23) traz reportagem sobre a ação do crime organizado para destruir equipamentos de provedores de internet de empresas que não aceitam pagar pedágio, o que faz com que os clientes fiquem sem conexão. O crime tem sido chamado de "cibercangaço".

Segundo a matéria, o problema afeta grandes empresas, como as que trabalham no Porto do Pecém, por exemplo, como usuários domésticos. "Para intimidar, integrantes da facção criminosa fluminense Comando Vermelho (CV) no Ceará quebram caixas de transmissão instaladas nos postes, danificam a infraestrutura de cabos, ameaçam funcionários dos provedores, queimam carros e lojas. E cobram “taxas” das empresas para que elas possam operar em determinadas áreas", informa a reportagem.

A publicação ainda traz que a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) mapeou os prejuízos das últimas semanas no Ceará. "Em alguns bairros cujas redes foram afetadas, provedores registram perdas na ordem de R$ 200 mil, o equivalente ao total investido naquela área nos últimos anos. Há empresas reduzindo em até 80% o quadro de funcionários".


Sinistro

Em Caridade, município cearense, cerca de 90% dos 16 mil habitantes ficaram sem internet devido ataques de facções aos provedores de internet. "A velocidade do avanço do crime em regiões da Grande Fortaleza assusta o setor. O presidente de um provedor de internet que tem 1,5 milhão de clientes em todo o Nordeste diz que dezenas de empresas já perderam suas redes. E admite ter abandonado várias áreas em que seus carros e funcionários não podem mais entrar", ressalta O Globo.

Segundo o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) do Ceará, Alisson Gomes, o valor da extorsão varia de acordo com o local e o tamanho do provedor. "O achaque vem por telefone ou em abordagem a técnicos em campo. Se a empresa se recusa a pagar, tem a estrutura danificada. As quadrilhas tentam ainda se aliar a provedores e operar em conjunto, dividindo os lucros".

O delegado garante que o Governo do Ceará está "reforçando o patrulhamento preventivo e apreendendo equipamentos que eles usam, além dos lucros ilícitos".

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