Doença complexa, multifatorial e com manifestações clínicas diversas, a depressão ainda é um desafio para médicos e pacientes porque nem sempre os medicamentos disponíveis atacam todos os sintomas. Para algumas pessoas, inclusive, nenhum remédio parece funcionar. Um antigo anestésico, também usado ilegalmente como droga recreativa, parece preencher lacunas ainda não alcançadas pelos tratamentos atuais e acaba de ter os mecanismos de ação no cérebro desvendados.
Já se sabe que a cetamina age em subconjuntos de neurotransmissores cerebrais diferentes daqueles que são alvo dos antidepressivos convencionais. Por isso, é considerada promissora no tratamento de pacientes resistentes. Como exatamente a droga atua para combater a depressão, porém, permanece relativamente obscuro.
Para lançar luz sobre o funcionamento da substância, pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, desenvolveram uma espécie de camundongos que permitiu a eles entender como, em baixas dosagens, o anestésico melhora deficiências sociais vivenciadas por pacientes com depressão, ao atuar na porção anterior de uma região específica do cérebro chamada córtex insular.
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