Jackeline da Costa Melo tinha 22 anos e estava grávida de oito meses da primeira filha, uma vida de sonhos pela frente, interrompida de forma brutal e cruel. A jovem deixou a família em Campo Grande (MS) e mudou-se para Aracaju com o companheiro Edielson Santos Vidal, 31, com quem mantinha um relacionamento desde 2017. As informações são do F5 News.
A reportagem do F5 News apurou que Edielson é natural de Aracaju, mas morou em Campo Grande, onde manteve com Jackeline uma empresa de serviço de mototáxi.
Segundo a polícia, o casal alugou um imóvel na Travessa Santa Cecília, no Robalo, Zona de Expansão de Aracaju, e estava morando no local há cerca de dez dias. Os vizinhos não tinham nenhum contato com eles, mas disseram à polícia ter ouvido gritos durante a madrugada. Quando os militares chegaram, já na manhã desta quinta-feira (19/08), encontraram a jovem sem vida. Jackeline foi degolada com uma faca de mesa. Após o crime, Edielson saiu da casa e voltou já pela manhã, quando foi preso.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU) foi acionado, mas como a morte ocorreu na madrugada, o bebê - uma menina - também já estava morto.
De acordo com o tenente-coronel Jorge Cirilo, comandante do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), Edielson disse que matou a mulher porque foi traído por ela. Jackeline faria 23 anos na próxima terça-feira, dia 24.
A Polícia Civil investiga também se Jackeline era mantida em cárcere privado, já que os vizinhos disseram nunca ver a jovem, apenas o companheiro dela. No local do crime, foi apreendido um carro com restrição judicial, com placa do Mato Grosso do Sul.
O corpo da jovem permanece no Instituto Médico Legal de Sergipe (IML). Edielson vai passar a noite em uma delegacia da capital e, nessa sexta-feira (20), participa da audiência de custódia. Além do crime de feminicídio, ele deve responder também pelo crime de homicídio contra o bebê.
Jackeline entra para uma triste lista que não para de crescer, a de mulheres vítimas de feminicídio. Com ela, somente neste ano, já são 11 vítimas assassinadas em Sergipe, por aqueles que um dia fizeram a elas juras de amor. Segundo dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim) em todo ano de 2020, foram 14 registros no estado.
Um levantamento do CEACrim aponta também que os crimes de ameaça, injúria e lesão corporal são os principais registros de violência contra a mulher nos seis primeiros meses do ano. O estudo aponta ainda que apenas os casos de ameaça no âmbito da Lei Maria da Penha somam 1.403 ocorrências neste ano.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) orienta que, nos casos de violência contra a mulher, a Polícia Militar pode ser acionada por meio do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp - 190), nas situações em que o crime esteja ocorrendo. As denúncias também podem ser feitas por qualquer pessoa por meio do Disque-Denúncia da Polícia Civil, no telefone 181. O sigilo é garantido. O telefone do DAGV, unidade plantonista que funciona 24h, é o (79) 3205-9400.
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