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quinta-feira, 29 de abril de 2021

Policial assediada e ameaçada de estupro e morte por tenente pede medida protetiva no litoral de SP

 Advogado solicitou à Corregedoria da PM que peça a prisão preventiva do militar e a suspensão do porte e posse de arma dele - Tenente-coronel Cássio Novaes, denunciado pelos crimes, foi afastado pela polícia

Soldado Jéssica denuncia superior por assédio sexual, ameaças de morte e de estupro

A soldado Jéssica Paulo do Nascimento, de 28 anos, que denunciou um tenente-coronel por assédio sexual e ameaças de morte, solicitou medidas protetivas para ela e a família. O advogado dela também solicitou, à Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, que peça a prisão preventiva do militar e a suspensão do porte e posse de arma dele.
A soldado está, atualmente, atuando no 45° Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O tenente-coronel Cássio Novaes, denunciado pelos crimes, atuava na capital paulista. O oficial foi afastado e a investigação é conduzida pela Corregedoria da PM.
Entre os pedidos feitos à Corregedoria, está a necessidade de medidas protetivas para a soldado e a família dela.
Também foi requerido, de imediato, que a Justiça Militar e o Ministério Público tomem ciência do caso.

Assédio sexual e ameaças de morte - As investidas pessoais do tenente-coronel à soldado Jéssica começaram em 2018, segundo ela. Ele havia acabado de assumir o comando do Batalhão da Zona Sul de São Paulo, quando passou pelas companhias para se apresentar aos policiais militares e a conheceu, chamando-a para sair assim que conseguiu ficar a sós com ela.
Ela disse ao superior que era casada e tinha filhos, recusando o convite. "Depois desse dia, minha vida virou um inferno". A soldado relata episódios de investidas sexuais, principalmente, por mensagens, ameaças por áudio, humilhação em frente aos seus colegas e até mesmo sabotagem quando se recusou a ceder aos pedidos de seu superior.
Ela chegou a ficar dois anos e meio afastada do serviço para evitar contato com ele. No entanto, a licença acabou no mês passado e ela precisou voltar ao serviço. Ele conseguiu o telefone dela e as investidas recomeçaram e, segundo ela, cada vez mais insistentes. O comandante prometia sustentar os filhos da soldado, dar uma promoção para ela dentro da corporação e a transferência que ela queria para o litoral paulista.

Afastado do Batalhão - A Polícia Militar esclareceu, por nota, que recebeu a denúncia e imediatamente instaurou um inquérito policial militar para apurar rigorosamente os fatos.
O oficial foi afastado do comando do Batalhão e a investigação é conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar. Segundo a corporação, todos os fatos são sigilosos, conforme prevê a legislação.

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