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sábado, 7 de julho de 2018

O machismo de Wesley Safadão

Nesta semana, o cantor cearense Wesley Safadão causou polêmica ao afirmar que preferia ter apenas “filhos homens”. Em entrevista à revista Caras, destacou o receio em relação ao “cabra” que fosse namorar sua herdeira. “A gente é homem e a gente sabe”, justificou.

As declarações de Safadão podem ser interpretadas como um desejo de proteção, ciúmes, mas embutem um forte tipo de machismo presente na maioria das famílias brasileiras. Caso os filhos sejam do sexo masculino, são estimulados desde cedo a “pegar geral”. Se forem do sexo feminino, viram figuras intocáveis, reproduzindo uma ideia de fragilidade que atravessa os séculos e acaba influenciando as diferentes relações sociais. O filho pode namorar à vontade, enquanto a filha precisa ser preservada, mesmo que para isso seus desejos tenham que ser oprimidos.

Assim, acaba-se, até inconscientemente, perpetuando a dependência da mulher em relação ao homem e mantendo a sexualidade feminina como um eterno tabu, à mercê do poder masculino.

Não vai ser esse tipo de postura que vai determinar se sua filha irá “ficar”, namorar ou casar com uma boa pessoa. Pelo contrário, pode provocar nela ainda mais insegurança ou até um sentimento de revolta em relação à figura paterna. O que nossos filhos e filhas precisam é de bons exemplos dentro da própria casa.

Se tiverem um modelo respeitável, correto, dificilmente aceitarão menos do que isso na hora de se relacionar. Amor não tem nada a ver com controle exacerbado, mas com generosidade, capaz de transformar as meninas de hoje em senhoras da própria vida, livres, independentes, empoderadas.

Quando Wesley afirma “a gente é homem e a gente sabe”, acaba fazendo exatamente o oposto, dando a entender que seu comportamento em relação às mulheres não é correto, que o “safadão” que carrega no nome artístico é bem mais que uma estratégia de marketing. Talvez o receio do artista seja exatamente que sua filha encontre alguém como ele no decorrer da vida. O que deve ser um tormento. 

Com informações do O Povo.

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