Ex-ministro foi libertado por 3 votos a 2 no Supremo.
Advogado pioneiro em delações premiadas no Brasil, Antonio Figueiredo Basto afirmou nesta terça (2) que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de soltar o ex-ministro José Dirceu não deve ser questionada, mas é surpreendente.
"Eu penso que não se discute decisão do Supremo, mas surpreende", disse à reportagem, logo após o ministro Gilmar Mendes desempatar a discussão do pedido de liberdade de Dirceu na Segunda Turma da corte.
Além dele, os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski defenderam a soltura. Celso de Mello e Edson Fachin se manifestaram pela manutenção da prisão preventiva.
"Diante da posição que ele [Dirceu] ocupava dentro da Lava Jato, é surpreendente. Há prova contundente de que ele continuou recebendo [recursos indevidos] mesmo preso."
Figueiredo Basto diz que, apesar da decisão, "não muda nada" em relação ao trabalho de delação com seus clientes.
"Vamos continuar nas colaborações. É fundamental que continuem ocorrendo. As pessoas de bem têm que continuar trabalhando", disse.
Entre os casos de delação que ficaram sob responsabilidade do advogado estão o do doleiro Alberto Youssef e do ex-senador Delcídio do Amaral.
Dirceu, condenado duas vezes em primeira instância pela Lava Jato, está detido preventivamente desde 3 de agosto de 2015 em Curitiba.
Pela manhã, antes da decisão do STF, o Ministério Público Federal ofereceu nova denúncia contra Dirceu, sob acusação do crime de lavagem de dinheiro. Com informações da Folhapress.
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