Após a chacina que deixou quatro policiais civis mortos, a Delegacia Regional de Camocim (Litoral Oeste do Estado) está temporariamente fechada. Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a previsão é que as atividades sejam retomadas até sexta-feira, 19. Enquanto isso, os procedimentos que eram registrados na Delegacia de Camocim estão sendo realizados na Delegacia Regional de Sobral, a 121 quilômetros de Camocim.
Além disso, a SSPDS reforça que também é possível registrar Boletins de Ocorrência (BOs) na Delegacia Eletrônica (Deletron), através do site https://www.delegaciaeletronica.ce.gov.br.
É possível registrar 22 tipos de crimes através da Deletron: acidente de trânsito sem vítima, ameaça, apropriação indébita, calúnia, crime contra o consumidor, crime contra o idoso, dano, desaparecimento de pessoa, difamação, estelionato, extravio de objetos e documentos, furto, furto qualificado, homofobia, injúria, maus-tratos aos animais, preconceito por raça ou cor, roubo a pessoa (exceto latrocínio ou que resulte em lesão à vítima), roubo a residência, transfobia e violação de domicílio, entre outros fatos não delituosos.
RELEMBRE COMO OCORREU A CHACINA NA DELEGACIA DE CAMOCIM
Os quatro policiais mortos a tiros dentro da Delegacia Regional de Camocim no domingo, 14, são: os escrivães Francisco dos Santos Pereira, 47 anos, Antônio José Rodrigues Miranda, 33 anos, Antônio Cláudio dos Santos, 46 anos; e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira, 36 anos. O autor do crime também foi um policial civil, o inspetor Antônio Alves Dourado, de 44 anos.
O crime foi registrado durante a madrugada, enquanto as vítimas descansavam após lavrarem um flagrante. Conforme a investigação, Dourado pulou o muro da delegacia, usou uma chave para entrar dentro do prédio e passou a disparar contra os colegas que dormiam em uma rede. Uma das vítimas, Antônio Cláudio, chegou a pular da varanda da parte de cima do prédio para tentar escapar dos disparos, mas foi ferido nas costas. Todos os policiais morreram no local do crime.
Após a chacina, Dourado fugiu utilizando uma viatura da delegacia e foi para casa. De lá, ele ligou para um policial militar pedindo para que este fosse até a sua casa para que ele pudesse entregar-se. Chegando ao local, os PMs se depararam com o inspetor algemado — ele mesmo teria colocado as algemas em si. No jardim da casa, foram encontradas as pistolas usadas no crime.
Antes de se entregar, Dourado gravou e publicou nas redes sociais um vídeo em que fazia um desabafo contra supostas situações de assédio e sobrecarga que passou em sua carreira na corporação. O inspetor havia recebido um atestado de uma psicóloga para afastamento de 15 dias.
Ele passava por acompanhamento psicológico e psiquiátrico há um ano. Colegas também informaram que Dourado tinha problemas de relacionamento e desobediência de ordens, conforme afirmou o delegado-geral Márcio Gutiérrez.
Dourado teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia. Ele foi recolhido Penitenciária Industrial Regional de Sobral (PIRS), a 121 quilômetros de Camocim.
Fonte: O Povo Online
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