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sexta-feira, 26 de maio de 2023

Por que o preço da gasolina não baixou os R$ 0,40 anunciados pela Petrobras?



Em resposta à reclamação de muitos usuários que cobravam preços mais baixos nos combustíveis após a redução da Petrobras na gasolina e no diesel para distribuidoras, o Sindipostos-CE divulgou uma nota nessa quinta-feira, 25, explicando o porquê do consumidor final ainda não ter sentido essa baixa.

No comunicado, a entidade diz que a estatal não é a única fornecedora de derivados de petróleo às distribuidoras, e alegou que os produtos no Ceará são recebidos em sua maioria do exterior e de refinarias privadas.

O sindicato também pontuou que os estabelecimentos estão à disposição dos órgãos de defesa do consumidor para prestar todos esclarecimentos e mostrar todos os documentos que esclarecem a real queda no preço.

CONFIRA A NOTA DO SINDIPOSTOS-CE NA ÍNTEGRA

“O Sindipostos Ceará, entidade representativa dos postos de combustíveis do nosso estado, vem a público comentar os fatos que vêm ocorrendo desde que a Petrobras anunciou a baixa de 44 centavos no preço do diesel e 40 centavos na gasolina.

Como é sabido, os postos de combustíveis formam o último elo da cadeia dos derivados de petróleo, sendo por conseguinte o contato com o consumidor final e, o repassador de todos os custos do produto.

Quando a Petrobras anuncia a variação nos seus custos, isso não quer dizer que essa mudança chegará aos postos, pois a gasolina tipo A, que é a entregue pela refinaria, ao chegar à distribuidora é acrescida em 27% de etanol e, vendida com a mistura como gasolina C.

Além disso, a estatal não é a única fornecedora de derivados de petróleo às distribuidoras em virtude de também receberem de outras refinarias que não são de propriedade da Petrobras.

Deve ser esclarecido que, aqui no Nordeste, os produtos são recebidos em sua maioria do exterior e de refinarias privadas.

Diante do exposto esclarecemos que, quando a Petrobras informa alteração de preços, os valores não correspondem ao que realmente chega no varejo posto que, diversos outros fatores influenciam no preço final e, não somente o informado pela estatal.

Esclarecemos finalmente que, os postos de combustíveis do Ceará estão reduzindo seus preços, à medida que os preços estão sendo repassados pelos fornecedores e, de acordo com os percentuais recebidos.

Além disso, os estabelecimentos estão abertos a todos os órgãos de defesa do consumidor para prestar todos esclarecimentos, inclusive, com demonstração através de documentos e notas fiscais que esclarecem a real queda nos preços.

Ademais, como se observa, os valores repassados pelas distribuidoras aos postos revendedores, em função do que expusemos, não é o mesmo que chega ao consumidor, com isso é, de suma importância que, essas empresas sejam inquiridas pelos interessados.

Colocamo-nos à disposição para oferecermos quaisquer outros esclarecimentos que interessem à população cearense”.

AVALIAÇÃO DO SETOR

De acordo com o consultor em petróleo e gás, Ricardo Pinheiro, a nota divulgada pelo Sindipostos está coerente com a realidade, mas que esse é um efeito da desestatização do setor energético brasileiro, realizado pelo governo anterior.

Segundo ele, o governo Bolsonaro criou uma situação crítica para o Brasil, que foi depender de importações. As refinarias privadas não chegam a impactar tanto o Ceará, pois só a Acelem, da Bahia, é privada no Nordeste, e os preços praticados por ela são os mais caros do Brasil.

“Os donos de postos podem adquirir combustíveis da Petrobras a preços mais baixos, se quiserem.
Quem vai corrigir isso será a concorrência, caso não se reforcem a cartéis que visam nivelar preços por cima”, disse.

Ricardo falou ainda que no Ceará, os postos “independentes de bandeiras” ou “bandeira branca”, que não são franquias de grandes distribuidoras, podem e já estão negociando mais barato.

“O consumidor terá que reagir e buscar comprar no mais barato. Se isso ocorrer, todos os postos terão que baixar seus preços. Mas, lembrando, isso só será possível se os carteis forem combatidos. Se a ANP e o Governo deixarem solto, não haverá redução de preços de livre vontade”, completou.

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