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sábado, 4 de setembro de 2021

Pesquisadores buscam vacina para neutralizar o coronavírus ainda no nariz



Uma vacina em forma de spray nasal de fácil aplicação, baixo custo, proteção duradoura inclusive contra variantes e capaz de bloquear a ação do novo coronavírus ainda no nariz, onde começam as infecções. Esse é o objetivo de um projeto que está sendo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O novo imunizante, ainda em fases iniciais de estudo, foi apresentado na segunda-feira (30/8) durante o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação. O evento, uma parceria entre a FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP), está disponível na íntegra no YouTube .

“Uma das vantagens da imunização nasal é que ela gera uma imunidade local no nariz, na orofaringe [parte da garganta logo atrás da boca] e nos pulmões. É exatamente o ‘território’ ideal para impedir a consolidação de uma infecção pelo Sars-CoV-2. Vacinas injetáveis são muito boas para induzir imunidade sistêmica e também nos pulmões, mas não são especialmente boas para gerar uma resposta protetora na região nasal e orofaringe”, explicou Edécio Cunha Neto, professor da Faculdade de Medicina (FMUSP) e pesquisador do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor).

O projeto, do qual ele é um dos pesquisadores principais, tem apoio da FAPESP e é coordenado por Jorge Elias Kalil Filho, professor da FMUSP e chefe do Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP).

“As vacinas que existem hoje são excelentes, desenvolvidas em tempo recorde, mas agora precisamos de um imunizante de segunda geração capaz de contornar problemas que apareceram no decorrer da imunização [escape imune ou efeitos adversos, por exemplo] e servir como reforço às injetáveis”, disse Cunha Neto.

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