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domingo, 26 de setembro de 2021

CGD expulsa mais um policial militar por participação em motim no Ceará

 A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira - Veja quais outros militares já foram punidos

A CGD expôs que o militar foi ao 18º Batalhão, epicentro do motim, se valendo de equipamentos das forças policiais

Mais um policial militar foi expulso por ter participado do motim no Ceará em 2020. Nesta sexta-feira (24), a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) publicou no Diário Oficial do Estado que acatou relatório final da comissão processante e puniu com sanção de expulsão o soldado Antônio Soares Lima Filho.
De acordo com a Controladoria, a punição vem em decorrência aos atos desonrosos e ofensivos ao decoro profissional, já que o praça teria aderido de forma espontânea à paralisação das atividades em fevereiro do ano passado. A CGD expôs que o militar foi ao 18º Batalhão, epicentro do motim, se valendo de equipamentos das forças policiais "o que demonstra afronta à disciplina militar e, em assim sendo, praticado ato de incitação à subversão da Ordem Política e Social e instigado outros policiais a atuarem com desobediência".
Outros dois militares já foram expulsos neste ano de 2021, também por participarem do movimento. O primeiro a ser penalizado desta forma foi o soldado Raylan Kadio Augusto de Oliveira. Raylan também, conforme a Controladoria, esteve no 18º BPM, no Antônio Bezerra, amotinado.
O outro expulso é um bombeiro identificado como Magno Maciel da Silva. A Controladoria considerou que Magno Maciel "está incapacitado de permanecer na situação ativa do Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará".

ATUAÇÃO NO MOTIM - Consta no DOE que o soldado Antônio Soares pilotou uma motocicleta oficial do Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual para chegar ao 18º BPM. Quando chegou ao local, o soldado foi recebido mediante gritos e aplausos dos demais militares que lá já estavam.
Uma testemunha conta que semanas depois, Soares confessou ter participado do movimento e justificou que a sua adesão se deu por ser parente de um dos integrantes da liderança do motim. Para chegar à decisão da expulsão, a CGD analisou imagens que flagraram o soldado. Em um video ele aparece ainda conclamando que os PMs em casa fossem ao Batalhão e aderissem ao movimento.

CGD - A defesa do soldado alega que naquela data o processo estava de folga, mas se encontrava no interior da sua casa e na companhia da esposa e dos filhos. Segundo a defesa, três homens com fardamento do Cotam fortemente armados tentaram invadir o imóvel do soldado, mas não conseguiram.
Antônio Soares, então, em choque com a violência sofrida por ele e pela família, decidiu vestir seu fardamento e sair "à procura de obter informações sobre o que estava ocorrendo, acrescentando que os policiais que estiveram em sua residência agiram com brutalidade e violência. Arguiu que o acusado, após idas e vindas procurando obter maiores informações sobre os motivos que levaram uma composição policial à sua procura, dirigiu-se à sede do 18º BPM, acreditando que seu nome teria sido associado ao movimento paredista, haja vista informações de que seu cunhado estava lá presente" é o que alegou a defesa, conforme a Controladoria.

PERMANÊNCIA DISCIPLINAR - Ainda nesta sexta-feira (24), a CGD publicou no Diário Oficial sanção de permanência disciplinar em desfavor dos PMs Cleber de Lima Oliveira, Jocicleison de Lima Alves e Akácio da Silva Varela. A Pasta destaca que todos processos administrativos seguem os preceitos da ampla defesa e do contraditório.
"Atualmente, 341 policiais identificados por participação no motim de 2020 continuam respondendo a processos administrativos disciplinares, estando estes em fase de instrução processual. Além disso, existem investigações em curso, que podem resultar em novos processos disciplinares", disse a Controladoria.

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