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domingo, 25 de julho de 2021

Ao menos 115 mortos e dezenas de desaparecidos por chuvas de monção na Índia


 


As equipes de emergência procuravam neste sábado (24) entre a lama e os escombros possíveis sobreviventes dos deslizamentos de terra e das inundações que deixaram pelo menos 115 mortos e quase 150 mil evacuados na região oeste da Índia, afetada por chuvas de monção.

Dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas em Bombaim, o centro financeiro do país e a capital do estado de Maharashtra, onde cerca de 150 mil pessoas tiveram que ser evacuadas.

As chuvas também causaram inundações no estado de Karnataka, no sudoeste, com um saldo de três mortos e 9 mil evacuados, segundo autoridades estaduais.

Em Maharashtra, mais da metade das mortes acontece em Raigad, ao sul de Mumbai, onde 47 pessoas perderam a vida.

“As operações de resgate continuam”, declarou à AFP Sagar Pathak, secretário para gestão de desastres desse distrito. Pelo menos 53 pessoas podem estar presas sob a lama.

Um deslizamento de terra na cidade de Taliye, também ao sul de Mumbai, destruiu dezenas de casas em minutos e deixou de pé apenas duas estruturas de concreto, disseram testemunhas à AFP.

“Aconteceu muito rápido. Houve um enorme zumbido e a cidade desabou”, contou Dilip Pandey, que viu o desastre na noite de quinta-feira.

A Marinha e a Aeronáutica atuaram para ajudar milhares de pessoas afetadas pelas inundações. Mas os deslizamentos bloquearam diversas estradas, sobretudo a que liga Mumbai e Goa, o que complica as operações de resgate.

Mais de 24 horas de chuvas intensas ininterruptas provocaram a cheia do rio Vashishti.

Na cidade de Mahabaleshwar, cerca de 60 centímetros de água caíram em 24 horas – até a manhã de sexta-feira – de acordo com serviços meteorológicos.

Bairros da cidade de Chiplun, a 250 km de Mumbai, ficaram alagados na quinta-feira sob seis metros de água.

O chefe de Governo de Maharashtra, Uddhav Thackeray, afirmou que os serviços de emergência enfrentam dificuldades para chegar aos bairros isolados de Chiplun devido ao estado das rodovias e das pontes afetadas pelas inundações.

Aldeões consolam uma mulher que perdeu um parente após um deslizamento de terra em Taliye, a cerca de 22 km da cidade de Mahad, na Índia, em 24 de julho de 2021
Aldeões consolam uma mulher que perdeu um parente após um deslizamento de terra em Taliye, a cerca de 22 km da cidade de Mahad, na Índia, em 24 de julho de 2021 (Foto: INDRANIL MUKHERJEE / AFP)

A Marinha mobilizou sete equipes de resgate equipadas com botes infláveis, coletes salva-vidas e boias, além de um helicóptero para resgatar pessoas bloqueadas.

O departamento meteorológico indiano colocou várias regiões do estado em alerta vermelho e informou que as chuvas devem prosseguir nos próximos dias.

O estado de Goa, por sua vez, sofreu as piores inundações em meio século, declararam as autoridades locais.

“As pessoas perderam praticamente tudo”, disse seu ministro da Saúde, Vishwajit Rane, observando que mais de mil casas foram seriamente danificadas.

Os serviços meteorológicos indianos colocaram várias regiões do estado em alerta vermelho, já que as fortes chuvas devem continuar nos próximos dias.

Para piorar a situação, os efeitos das chuvas torrenciais de monção foram agravados pelas fortes marés e o transbordamento de várias barragens devido ao acúmulo dos depósitos, informou o governo de Maharashtra.

As inundações e os deslizamentos são frequentes na Índia durante a temporada de monção, que vai de junho a setembro.

Há menos de uma semana, 34 pessoas faleceram esmagadas no desabamento de um muro durante uma tempestade.

As chuvas também provocaram inundações em um centro de tratamento de água, interrompendo a distribuição na “maioria dos distritos de Mumbai”, informaram as autoridades municipais.

A mudança climática intensifica os fenômenos de monção na Índia, segundo um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa sobre o Impacto Climático de Potsdam (PIK). As monções são um fenômeno atmosférico que propicia a ocorrência de intensas chuvas em um período do ano e secas rigorosas em outro, comuns na porção sul e sudeste da Ásia.

O informe alerta para possíveis consequências na alimentação, agricultura e economia em um país que abriga 20% da população mundial.

Informações: O Povo

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