O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse à Procuradoria-Geral da República ter promovido uma reunião no mês de março para discutir a maior apreensão de madeira no Brasil após um pedido do ministro Luiz Eduardo Ramos, então no comando da Segov (Secretaria de Governo) e atualmente na Casa Civil.
Salles afirmou também, sem mecionar nomes, que "a assessoria da Casa Civil" encaminhou um parlamentar ao Ministério do Meio Ambiente para tratar da mesma questão. Na ocasião, a Casa Civil era chefiada pelo ministro Walter Braga Netto, hoje na Defesa.
As informações constaram de documento enviado pelo ministro à PGR no início do mês passado para explicar sua intervenção no assunto.
A Folha enviou perguntas à Casa Civil, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
O material integra o inquérito aberto pela ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), para investigar Salles e o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, acusados pelo delegado Alexandre Saraiva, ex-chefe da PF na Amazônia, de dificultar a fiscalização ambiental.
Saraiva foi o responsável pela Operação Handroanthus, que apreendeu 226.763 m³ de madeira, em toras supostamente extraídas ilegalmente, cujo valor estimado seria de R$ 129 milhões.
Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente, Salles afirmou que "o inquérito demonstrará que não há nem nunca houve crime nenhum".
O ministro já é alvo de um inquérito no Supremo, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Nesse caso, é investigada a suspeita de facilitação à exportação ilegal de madeira.
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