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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Alta dos preços faz venda de combustíveis cair quase 13% no Ceará

O cearense está buscando outras formas de driblar a alta nos preços dos combustíveis. Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados até julho, mostra que a venda de combustíveis e lubrificantes no Ceará já caiu 3,2% no acumulado deste ano, ante igual período de 2017. Nos últimos 12 meses, de julho de 2017 a julho de 2018, o recuo é de 12,9%. É mais do que o dobro da média nacional, -5,2%, e a quarta maior queda entre os 12 estados pesquisados.

No período, houve redução no consumo em oito estados, a maior em Minas Gerais (-20,5%). Entre os quatro estados onde houve aumento, o mais expressivo ocorreu no Rio Grande do Sul.

O consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, explica que a queda no consumo está diretamente ligada aos aumentos sucessivos nos preços do combustível, em razão da alta do dólar e do preço do petróleo no mercado internacional. Não à toa, a receita nominal das vendas de combustíveis e lubrificantes no Brasil subiu 7,1%, no comparativo de doze meses até julho deste ano.

"O preço do combustível atual pesa no bolso do consumidor, o que faz com que ele busque outras alternativas para se locomover. Aquele que usava com maior frequência está mais seletivo, andando mais de transporte público, Uber, táxi ou carona. E no Ceará, a queda é mais significativa porque o poder aquisitivo é menor do que em outras regiões", explica.

A troca do meio de transporte não é a única mudança de hábito do consumidor. Com a gasolina custando em média R$ 4,67 no Ceará, ante os R$ 3,61 do litro do etanol, conforme último levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o consumo de álcool vem crescendo nos postos, informa o assessor econômico do Sindicato dos Postos do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa.

"A gente sente isso no dia a dia. Hoje, é em torno de 600 mil litro por dia, o dobro de antes". A troca, no entanto, só é mais vantajosa ao consumidor quando o preço do etanol for até 70% do preço da gasolina.

Acima disso, o melhor é usar a gasolina porque, apesar de ter um preço nominal menor, o carro precisa de mais etanol para rodar a mesma quantidade de quilômetros que faria com a gasolina. Para fazer o cálculo, basta dividir o valor do litro do etanol pelo da gasolina. Se o resultado for menor que 0,7, o preço do primeiro é mais competitivo.

Iughetti diz que, a depender do atual cenário, em que o dólar está se aproximando de R$ 4,20 e o petróleo US$ 78, a previsão é que o preço do combustível continue subindo no País.

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