Aos 55 anos, o marceneiro Antônio Pereira de Moura tem o terceiro coração, ou seja, nasceu com um, perdeu, e já fez dois transplantes. "Eu tinha 35 anos quando sofri um acidente na CE-040: cochilei no volante e quando acordei, já estava no hospital", conta. O ano era 1998, quando foi realizado o primeiro transplante de coração no Ceará.
No hospital, fizeram exames e o colocaram no respirador artificial. No primeiro momento nada foi constatado. Alguns dias depois, o marceneiro começou a sentir cansaço ao menor esforço que fazia.
"Me levaram ao Hospital de Messejana [em Fortaleza] e comecei a fazer exames novamente. Daí os médicos disseram que eu precisava trocar o coração, que aquele não estava funcionando direito. Fui para casa e, seis meses depois, no dia 4 de janeiro, recebi um coração novo."
Segundo transplante
Tudo corria bem com Antônio e ele já estava aposentado por causa da primeira cirurgia quando os sintomas voltaram. "Eu comecei a ficar cansado novamente e voltei ao Hospital [de Messejana]. Depois de muitos exames, os médicos abriram para ver se conseguiam ajeitar com uma cirurgia na válvula mitral. Colocaram também um marcapasso, mas nada resolveu. Em 30 de setembro de 2005, troquei de coração novamente", lembra.
E é com esse coração que o marceneiro vive – e bem – atualmente. "Faço minhas caminhadas e tenho que tomar remédio para o resto de minha vida. Mas o sentimento é de que sou privilegiado, pois Deus me deu várias chances de ficar vivo."
Grato às equipes que o atenderam - “eles, médicos e enfermeiras, são uns anjos" -, o marceneiro só pede às autoridades que tenham um pouco mais de cuidado com a saúde da população.
"Do jeito que o Brasil está, a gente não sabe o que pode acontecer. Um transplante de coração, por exemplo, é muito caro, é eu já fiz dois. Mas eu tenho que tomar remédio para continuar vivo. Eu só peço que as autoridades não deixem faltar remédios nos hospitais e postos de saúde, a população precisa", diz.
Fonte: G1
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