A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil foi acionada para a Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, na tarde deste domingo (20). Moradores da comunidade encontraram ao menos sete corpos numa área de mata na favela. A Polícia está investigando o caso.
O pastor e mecânico Leonardo da Silva, pai de um dos jovens encontrados mortos, disse que os corpos tinham marcas de espancamento, facadas, tiros de fuzil e pistola. Segundo ele, o filho Leonardo Junior e os outros seis jovens com idades entre 20 e 25 anos foram assassinados de madrugada. O pastor disse ainda que alguns deles, não todos, tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Leonardo acusa policiais do BOPE, Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar.
A Polícia Civil informou que uma investigação detalhada está em andamento para apurar as circunstâncias das mortes. O caso está sendo apurado na Delegacia de Homicídios. "A identificação desses mortos vai ser feita pela Polícia Civil. E é interessante que façamos o mais rápido possível porque estamos falando também de famílias. Não podemos deixar de falar aqui dos moradores da Cidade de Deus, disse o coordenador de Comunicação da Polícia Militar, Ivan Blaz.
No velório dos quatro policiais militares que morreram na queda de um helicóptero, o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Roberto Sá, afirmou que excessos não serão tolerados por nenhum dos dois lados.
"Nós estamos aqui para preservar vidas. Nenhum excesso vai ser tolerado, nenhum excesso vai ficar impune. Eu confio muito no trabalho da Divisão de Homicídios", destacou Roberto Sá.
Fim de semana violento
Desde sábado (19), ocorrem intensos tiroteios na Cidade de Deus. No início da noite de sábado, um helicóptero da Polícia Militar caiu próximo à entrada da comunidade e quatro policiais que estavam na aeronave morreram na queda.
Na madrugada deste domingo (20), pelo menos três pessoas foram presas e uma ficou ferida durante operação policial.
Um vídeo divulgado na página 'Cdd Acontece', grupo de moradores da Cidade de Deus no Facebook, mostra o desespero de uma mãe que gritava após o intenso tiroteio pela procura do filho. "Vou procurar meu filho agora! Meu filho está dentro do mato, morto! Morto! Morto! Eu vou entrar. O sangue é meu! Eu sou mãe!", gritava a mãe para os policiais.
Segundo o secretário de Segurança, Roberto Sá, a operação na Cidade de Deus vai ocorrer por tempo indeterminado.
Durante a operação, de madrugada, foram apreendidos três fuzis e duas pistolas com um suspeito. Outro homem que estava com um rádiotransmissor também foi preso. Ele e o material apreendido foram encaminhados para a 32ª DP (Taquara).
De manhã, outro homem foi preso em flagrante com trouxinhas de maconha na localidade conhecida como Conjunto Itamar Franco e foi encaminhado para a mesma delegacia.
Segundo a polícia ele tem passagens por porte ilegal de arma e associação ao tráfico. Por volta das 10h, a GloboNews fez imagens de três pessoas sendo conduzidas para a delegacia.
Quatro policiais mortos
Os corpos dos quatro policiais mortos chegaram por volta das 0h30 ao Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio. Identificados como Major Rogério Melo Costa, de 36 anos, capitão William de Freitas Schorcht, 37, subtenente Camilo Barbosa Carvalho, 39, e sargento Rogério Felix Rainha,39, eles morreram na hora com a queda do helicóptero.
A queda ocorreu no começo da Avenida Ayrton Senna, perto do acesso à Linha Amarela. A aeronave participava de uma ação do Comando de Operações Especiais (COE) da PM em apoio à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local. Desde o começo do sábado, a Cidade de Deus foi palco de intensos tiroteios entre criminosos e os policiais da UPP.
O momento em que o helicóptero começa a perder força foi filmado por pessoas que estavam nas proximidades. O coordenador de Comunicação Social da Polícia Militar, Major Ivan Blaz, disse no sábado que "tudo indica que o helicóptero fez um pouso forçado".
A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) foi ao local para apurar as circunstâncias da queda da aeronave.
Em nota, o ministério da Justiça afirmou que o ministro Alexandre Moraes colocou à disposição o efetivo da Força Nacional que está no Rio para "prestar apoio na segurança pública da Cidade de Deus". Também disse que o ministro está em contato direto com o Secretário de Segurança Pública do Rio.
Fonte: G1
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