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terça-feira, 2 de junho de 2015

Blatter renuncia ao cargo de presidente da Fifa


AFP
Uma era acabou no futebol mundial. Vivendo sua pior crise da história, a Fifa anunciou que Joseph Blatter vai convocar nova eleição para o presidente da entidade, apenas quatro dias depois de ter sido eleito para um quinto mandato. Sob forte pressão da polícia, de cartolas, de políticos e patrocinadores, Blatter deixa o poder e novas eleições estão convocadas. Ele ficará como presidente até a nova escolha.

Na semana passada, uma onda de prisões em Zurique havia deixado seu reinado debilitado e Michel Platini, presidente da Uefa, chegou a pedir que ele deixasse o poder. Mas Blatter se manteve no cargo e venceu as eleições de sexta-feira. Ele estava na Fifa desde 1976 e, como presidente, desde 1998.

O fim de seu mandato marca o fim de uma era que, de fato, começou nos anos 1970 com a presidência de João Havelange. Blatter, seu braço direito, apenas o sucedeu e manteve a mesma estrutura.

Sua posição ficou ameaçada quando, na última segunda-feira, o jornal New York Times revelou que a Justiça norte-americana também investiga seu secretário-geral, Jérôme Valcke, que também renunciou nesta terça-feira de seu cargo de secretário-geral da Fifa. Documentos revelaram que ele sabia dos pagamentos de US$ 10 milhões para cartolas no Caribe e que estão sob investigação pelo FBI. Foi a ele que uma carta foi direcionada para que a operação fosse realizada e o dinheiro do orçamento regular da Copa desviado.
Inicialmente, a Fifa insistiu que a carta não provava nada. Mas, na tarde desta terça em Zurique, o francês que ficou conhecido por sugerir que o Brasil deveria levar "um chute no traseiro" acabou abandonando seu cargo.

Valcke já havia anunciado que não viajaria ao Canadá, um forte aliado dos Estados Unidos, para a abertura do Mundial Feminino de Futebol que ocorre no fim de semana. Ele era o principal operador do torneio que, nos últimos anos, ganhou uma nova dimensão na entidade. Mas fontes em Zurique confirmam que existiam temores de que, estando no Canadá, a polícia local pudesse atender a qualquer momento um eventual pedido de extradição por parte dos Estados Unidos.

Nesta segunda-feira, Valcke foi indicado por uma reportagem do New York Times como a pessoa que, na Fifa, autorizou o pagamento de US$ 10 milhões a Jack Warner, um ex-vice-presidente da Fifa e o homem forte do futebol de Trinidad e Tobago. O dinheiro seria uma retribuição ao voto dele pela África do Sul como sede do Mundial e faz parte do caso liderado pelo FBI.

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