A morte trágica de Natany Alves Sales, de 20 anos, em Quixeramobim, Ceará, comoveu toda a região e trouxe à tona não apenas a dor de uma perda irreparável, mas também a bondade e o caráter de uma jovem que, segundo sua mãe, Dona Nara Alves, sempre se destacou pela empatia com os outros.
Em entrevista, Dona Nara relembrou momentos marcantes da vida da filha e fez questão de compartilhar uma carta de um professor de 2018, que a descrevia como uma pessoa acolhedora, sempre disposta a ajudar.Foto:
“Ela nunca media esforços para ser boa, para acolher as pessoas. Ela tinha esse dom de enxergar o outro, e eu lembro de uma situação que aconteceu em dezembro, quando minha sobrinha foi para a UPA e a Nathany me acompanhou. Lá, ela viu um homem que estava sozinho, sem acompanhante, gemendo de dor. Ela não conseguia parar de olhar para ele.
Quando o soro do homem acabou, ela se preocupou em chamar o enfermeiro para que ele fosse atendido corretamente”, contou Dona Nara, destacando o cuidado e a humanidade da filha. “Mesmo sendo um homem alcoolizado, Nathany via ali um ser humano, alguém que merecia a mesma atenção e respeito que qualquer outro”, completou.
A dor da perda se intensifica diante das circunstâncias do crime. Natany foi sequestrada em Quixeramobim e encontrada morta em Banabuiú, com a investigação revelando detalhes perturbadores sobre a violência sofrida pela jovem.
O ex-pastor Francisco Márcio Freire, de 43 anos, foi indiciado pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), estupro, ocultação de cadáver e associação criminosa. O delegado William Lopes, responsável pelo caso, detalhou como Francisco Márcio, que aparentava ser um líder religioso, usava sua posição para manipular e cometer crimes. “Ele era um lobo em pele de cordeiro”, afirmou o delegado, explicando que o ex-pastor premeditou o crime e cometeu os atos de violência contra a jovem de forma cruel.
Para Dona Nara, as lembranças de Natany, sempre tão cuidadosa com os outros, são agora mais preciosas do que nunca. “Ela via o ser humano por trás das dificuldades e nunca deixava de oferecer um gesto de bondade”, lembrou a mãe, que ainda busca compreender a violência que tirou a vida da filha.
O caso segue gerando indignação e protestos na cidade, enquanto a polícia trabalha para garantir que os responsáveis por essa tragédia sejam punidos.
Com informações do Porral GC Mais.
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