CRATO NOTICIAS player

sexta-feira, 21 de março de 2025

Estudantes do Ceará criam caneta que detecta drogas em bebidas para prevenir golpe ‘boa noite, Cinderela’

Foto Acervo Pessoal
Instigadas a pensar em um projeto com a temática “Mulheres e Ciências: Caminhos para a Equidade de Gênero” para a feira científica da escola, cinco estudantes de uma escola pública do Ceará desenvolveram um dispositivo para prevenir o golpe popularmente conhecido como “boa noite, Cinderela”. 

Trata-se da Drug Test Pen, uma caneta que permite identificar se uma bebida foi adulterada com benzodiazepínicos. Neste mês, elas vão apresentar o projeto na 23ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em São Paulo.

Hoje no 3º ano do Ensino Médio, as alunas da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) José Maria Falcão, de Pacajus, pesquisaram quais substâncias são utilizadas no golpe, que consiste em dopar a vítima para, em seguida, roubá-la ou violentá-la. Após selecionarem os benzodiazepínicos — medicamentos hipnóticos e ansiolíticos —, elas buscaram um reagente colorimétrico não tóxico que interagisse de forma positiva com eles, apresentando mudanças fáceis de serem detectadas após o contato.

Com diversos testes, o grupo chegou a uma formulação eficaz e segura. Basta utilizar a caneta para traçar uma linha em um papel filtro ou guardanapo e pingar algumas gotas da bebida: caso apareçam pontos pretos na superfície, significa que há substâncias dopantes no líquido. O resultado aparece em cerca de 10 segundos, e a caneta pode ser reutilizada.

“Fizemos vários testes com todos os reagentes que tinha disponível na nossa escola, no laboratório de Ciência. Com isso, encontramos um que se adequasse às características que a gente tinha colocado: ser acessível para qualquer pessoa e reagir de forma positiva e visível”, explica Maria de Fátima Rodrigues Xavier Soares, uma das autoras do projeto.


O formato de caneta foi escolhido para disponibilizar o produto por ser “a forma mais fácil e prática de uma pessoa conseguir utilizar em locais públicos”, completa a estudante. A equipe também é composta pelas estudantes Ana Clara Torres do Vale, Ana Letícia Sousa de Oliveira, Bianca Emanuelle da Silva Lino e Mariana Severiano Menezes. A orientação foi da professora Elly Hanna de Lima Sobrinho.

A Drug Test Pen pode ser produzida por R$ 10, enquanto outras soluções disponíveis no exterior chegam a custar R$ 300. Essa “diferença exorbitante de valor” tem duas principais razões, segundo Maria de Fátima. “O primeiro é porque o nosso reagente possui um ótimo custo-benefício e o segundo é porque o que mais agrega valor a outros projetos é o dispositivo, que possui um alto custo de produção”, afirma.

Com informações do Diário do Nordeste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário