A polícia identificou como Payton S. Gendron o atirador de 18 anos que matou 10 pessoas e feriou outras três em um mercado de Buffalo, no estado de Nova York, neste sábado. O ato de violência, investigado como "crime de ódio", foi exibido ao vivo pela Twitch, plataforma de transmissão on-line de videogames.
A empresa confirmou que o ataque foi exibido no serviço e removeu o vídeo pouco mais de um minuto após o início. A governadora de Nova York, Kathy Hochul, criticou a empresa, defendendo que o conteúdo deveria ter sido banido no primeiro segundo de transmissão.
— O fato de que isso pode ser postado em uma plataforma é absolutamente chocante. Esses meios de comunicação devem estar mais vigilantes no monitoramento do conteúdo das mídias sociais — ressaltou em entrevista coletiva.
Em comunicado, a Twitch disse que ficou “devastada” ao saber do ataque e estava tomando medidas para que o vídeo não fosse compartilhado por nenhum outro usuário.
"O usuário foi suspenso indefinidamente de nosso serviço e estamos tomando todas as medidas apropriadas, incluindo o monitoramento de quaisquer contas que retransmitam esse conteúdo”, diz a nota.
A emissora americana CNN obteve uma parte da transmissão ao vivo que mostra o suspeito chegando a uma loja da rede regional de supermercados Tops Friendly Markets. O vídeo é gravado do ponto de vista do atirador, enquanto ele entra no estacionamento do mercado. A imagem mostra o rosto dele no espelho retrovisor, usando um capacete e é possível ouvi-lo dizer: "Apenas tenho que ir em frente". Logo em seguida, para na frente da loja. Clientes são vistos andando pelo estacionamento enquanto o suspeito chega.
Crime de ódio
O FBI investiga o caso como "crime de ódio" e "violência de extremismo racista", disse à imprensa Stephen Belongia, agente especial da força em Buffalo.
— Este foi um crime de ódio com motivação racial direta — disse John Garcia, xerife do condado de Eerie, onde fica Buffalo. — Isso foi uma pura maldade.
A autoridade disse que os investigadores estavam revisando um “manifesto” que se acredita ter sido publicado on-line pelo suspeito. O documento propaga ideias racistas contra negros e judeus.
Segundo a CNN, o documento tinha pelo menos 180 páginas. O autor diz nas páginas que comprou munição havia algum tempo, mas não levou a sério o planejamento do ataque até janeiro.
Ele atribui à internet a maioria de suas crenças e se descreve como fascista, supremacista branco e antissemita.
(O Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário