O governo brasileiro fechou três fábricas de fertilizantes da Petrobras entre 2016 e 2020. Duas delas encerraram suas atividades quando Michel Temer (MDB-SP) era presidente. A outra foi desativada mais recentemente, já na gestão de Jair Bolsonaro. Com a queda da produção interna de adubo, o Brasil passou a ficar ainda mais dependente dos fertilizantes importados da Rússia, atualmente em guerra com a Ucrânia.
Uma eventual falta desse produto no país pode desencadear na disparada de preços de muitos alimentos num momento delicado, em que a população já tem sido obrigada a conviver com o encarecimento dos combutísveis. O Brasil é o único país do mundo com produção agrícola de larga escala sem autonomia no fornecimento de fertilizantes.
Em entrevista recente, Bolsonaro até usou a relação comercial com o país europeu como argumento ao explicar o porquê não foi mais enfático nas críticas à ação militar da Rússia na Ucrânia. “Para nós, a questão do fertilizante é sagrada”, afirmou o presidente.
Sob a sua batuta, em fevereiro de 2020, a Petrobras fechou a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), localizada na cidade de Araucária. Também no seu governo, a estatal vendeu a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN1) em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. As instalações foram compradas pela Acon, um grupo russo.
A Petrobras decidiu sair do mercado de fertilizantes em 2017, logo depois que Temer assumiu a Presidência. Desde então, as fábricas vem sendo fechadas. Essa questão faz parte de um plano de negócios elaborado pela estatal após o impeachment de Dilma Rousseff. A avaliação naquela época era de que a produção de adubos dava prejuízo para a Petrobras.
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