A guerra de facções e suas mortes têm alavancado as estatísticas criminais no estado
Faltando exatamente 30 dias para o fim de 2020, o Ceará atingiu ontem (30), a marca de 3.773 Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs), isto é, assassinatos. A perspectiva é de que o estado feche o ano com cerca de 4 mil assassinatos, o que representaria um aumento da ordem de 67 por cento em comparação a 2019, quando foram mortas 2.396 pessoas em todo o estado.
Nesta estatística estão incluídos também os óbitos decorrentes de intervenção policial e os crimes de morte praticados em unidades do Sistema Penitenciários. No ano passado estes casos somaram 137 mortes, além dos 2.257 CVLIs, conforme está publicado no site da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Um balanço parcial das ocorrências policiais registradas no mês de novembro aponta que o Ceará apresentou um total de 263 homicídios, incluindo a morte de 21 mulheres. O maior número de crimes aconteceu na Capital, com 74 casos. Em seguida, a Região Metropolitana de Fortaleza com 70 assassinatos. No Interior Norte ocorreram 50 CVLIs, enquanto no Interior Sul, 69 pessoas foram assassinadas.
Desafio - Não só em Fortaleza os números de homicídios voltaram a crescer após um declínio a partir da metade do ano. Cidades como Juazeiro do Norte e Sobral, no interior do estado, e Caucaia, na Zona Metropolitana de Fortaleza, já apresentam números superiores de assassinatos neste ano em comparação a 2019. A aceleração dos números muito se deve aos conflitos diários entre grupos criminosos armados, as facções.
Mesmo com as constantes prisões de líderes desses grupos, em operações rotineiras das polícias Civil e Militar, a matança entre jovens pertencentes às facções se tornou um desafio para a nova gestão da Segurança Pública.
Chacinas - Ao menos, três chacinas alavancaram os números da estatística criminal de 2020. A primeira, no dia 14 de maio, com quatro mortos em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza.
A segunda, com cinco mortos, ocorrida no dia 18 de outubro na cidade de Quiterianópolis.
E a terceira, com sete pessoas assassinadas no último dia 26 de novembro, em Ibaretama, no Sertão Central.
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