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quinta-feira, 16 de julho de 2020

Crime desvendado - Pai e filho juntos na cadeia por mandarem matar o prefeito

Sete meses de investigação sigilosa desaguam na elucidação da pistolagem em Granjeiro

Vicente Tomé e o filho, Ticiano Tomé, foram presos hoje, sete meses após o crime

Pai e filho agora estão atrás das grades. Foram detidos numa megaoperação da Polícia Civil que resultou na captura de outras 11 pessoas, todas tidas com envolvimento direto ou indireto no assassinato do prefeito, fato registrado na manhã do dia 24 de dezembro do ano passado, na véspera do Natal.
Uma demorada e sigilosa investigação policial vinha sendo realizada pela Polícia Civil por ordem direta do governador do estado, Camilo Santana (PT), que cobrou da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) uma investigação rápida e eficaz para o esclarecimento total do crime e a identificação de seus autores e comparsas.  O Ministério Público Estadual (MPE) acompanhou tudo e respaldou o pedido da Polícia para a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos.
Em uma das fases da investigação, a Polícia descobriu que um dos carros usados pelos criminosos foi levado do Ceará para o estado do Piauí e depois colocado à venda em uma loja de automóveis usados na cidade de Timon, no Maranhão. Nesta operação, foram presos Carlos Alberto Ferreira Cavalcanti (que trafegava no carro suspeito em Teresina, Piauí) e Rondinere Francino de Andrade, dono da revenda de veículos no Maranhão que havia colocado o carro à exposição para venda em sua loja, em Timon.
Outro preso hoje durante a operação policial foi José Plácido Cunha, o “Castelo Tomé”, irmão de Vicente Tomé e, portanto, tio de “Ticiano Tomé”, o atual prefeito. Ele já havia sido detido temporariamente, mas acabou solto.  É acusado de participação na trama e de esconder um dos veículos usados no crime. A caminhonete apreendida tinha placas de Maracanaú, onde “Castelo Tomé” foi detido na manhã de hoje.

De amigos a inimigos - “Vicente Tomé”, ex-prefeito de Granjeiro e considerado um dos “caciques” da política local, e seu filho, “Ticiano Tomé”, era amigos e aliados políticos de João Gregório Neto, o “João do Povo”. Nas últimas eleições para prefeito, eles se aliaram numa chapa que acabou vencedora, com João prefeito e Ticiano, vice.
Mas, ao longo dos dois primeiros anos de administração houve um rompimento dessa aliança e o então vice, Ticiano Tomé, passou a acusar o prefeito de envolvimento em desvio de verbas públicas na Educação. “João do Povo” foi denunciado pelo vice e acabou sendo alvo de uma investigação federal. A briga levou o “cacique” Vicente Tomé a convocar seus aliados e juntos montar um plano para derrubar o prefeito.
O acirramento da briga política se transformou em inimizade pessoal com troca de ameaças. Para a Polícia, não há mais nenhuma dúvida de que “Vicente Tomé” comandou uma espécie de consórcio da morte, em que, junto com outros oponentes do prefeito, juntou dinheiro para financiar o assassinato de “João do Povo”.

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