"Fiquei sem reação e comecei a chorar", disse Rebeca Santos, de 15 anos.
Na religião cristã, o dia do batismo é algo bastante aguardado e muito celebrado pela comunidade evangélica. Entretanto, para a estudante Rebeca Silva Santos de Souza, de 15 anos, o que era para ser um dia de festa acabou se tornando um momento decepcionante.
Nascida em berço evangélico, Rebeca desceria às águas batismais no dia 15 de de dezembro na Catedral da Assembleia de Deus da cidade de Jacobina, na Bahia. Mas, alguns dias antes, o pastor dirigente da igreja – José Maurício Azevedo – a impediu alegando que o penteado crespo da jovem não era “cabelo de crente”.
– Estava com bastante expectativa para o batismo e apresentei todos os documentos. Primeiramente fiquei chocada, sem reação e comecei a chorar. Teve muita gente na igreja que, assim como eu, ficou entristecida – contou Rebeca ao Pleno.News.
Diante da atitude do pastor, a irmã de Rebeca, Yasmin, de 23 anos, reuniu outras pessoas com cabelo crespo e se mobilizaram em favor da jovem e foram juntos na igreja no dia que o batismo aconteceria. Após o ocorrido, Rebeca saiu da Assembleia de Deus e passou a frequentar a Comunidade Sarada Geração, também em Jacobina.
– Algumas pessoas vieram falar comigo, se solidarizaram e me acolheram. Meus pais ficaram revoltados e fui para outra igreja onde me sinto acolhida. Contamos com o apoio de todas as minhas amigas, mas algumas pessoas fizeram protestos contra mim.
Marta Miranda, uma das amigas de Rebeca que participou do protesto, compartilhou o ocorrido nas redes sociais. Ela disse que a principal razão do protesto foi fazer com que Rebeca não se sentisse sozinha e deslocada.
– Nós somos tão fortes e unidas. Pensei que seria constrangedor passar pela igreja cheia, mas a empatia foi maior que a militância. Feliz em saber que não estamos sozinhas e não somos menores ou inferiores a ninguém. Temos o direito de seguir a religião que quisermos, bem como ocupar qualquer lugar.
(Pleno News)
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