Foto de Wandenberg Belém |
Abastecer nos postos de Iguatu está pelo menos R$ 0,10 mais caro. De acordo com proprietários de postos de combustíveis, nas últimas semanas a gasolina sofreu dois aumentos que foram repassados pela Petrobras, totalizando R$ 0,12 de majoração. O litro da gasolina comum, a mais consumida, passou de R$ 4,79 para R$ 4,89.
A alta do dólar também acaba afetando este mercado, segundo o economista e professor do IFCE, Kélvio Felipe. “O combustível tem variável ligada diretamente ao dólar e também pela política de preço da Petrobras. Desde 2017, ainda na época do presidente Temer, ele tirou o subsídio”, explicou. “Antes a Petrobras subsidiava o preço, ou seja, as variações do mercado internacional não eram tão repassadas para o mercado interno. Isso tornava o preço mais estável. Após 2017, o governo atual continuou com essa política. As variações são repassadas para o consumidor. Toda variação nacional do petróleo e da gasolina é repassada para o consumidor”.
Em Iguatu, os preços dos combustíveis variam bem pouco de um posto para outro. É possível abastecer por R$ 4,84 o litro da gasolina comum. Mas a média praticada pela maioria nos últimos dias é R$4,89. Os motoristas sentem a diferença no bolso. “Eu só
ando de moto, uma motocicleta de baixa cilindrada e econômica, mas mesmo assim a gente sente a diferença no bolso sim. Antes dava para encher o tanque. Agora só consigo rodar abastecendo com pouco dinheiro. Situação que está difícil, mas é o jeito. Preciso
da moto para trabalhar”, comentou o autônomo Ubiratan Lemos.
Já o carregador José Vieira gastava em média R$ 60,00 por semana para abastecer o carro e a moto dele. “Agora gasto R$ 80,00 em média. Mesmo assim uso mais a moto. O carro só aos finais de semana, e olhe lá. Tudo isso para reduzir gastos”, disse.
Ainda de acordo com o professor Kélvio, a situação poderia ser melhor para o consumidor se Iguatu tivesse sistema de transporte coletivo público. “O consumidor iguatuense que precisa de veículo para se locomover acaba sentindo diretamente esse aumento no bolso, porque precisa do carro, de uma moto para ir ao trabalho, ao Centro da cidade. Se tivesse essa opção de transporte público, seria melhor para o consumidor”, acrescentou.
Gasolina ou etanol?
Sem essa opção, o jeito é andar de carro mesmo quando necessário. Ainda segundo o economista, o consumidor deve avaliar se a melhor opção é abastecer o carro flex com gasolina ou etanol. Mas para isso é preciso fazer um pequeno cálculo para saber se
compensa financeiramente. “Estudos mostram que o rendimento do álcool frente a gasolina é de 70%. Aí você faz uma conta bem simples. Pega o preço do álcool e divide pelo preço da gasolina. Se esse resultado for até 0,7, compensa substituir, se for acima
disso não compensa. Em termo de rendimento não vale a pena”.
Com colaboração de Wandenberg Belém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário