Um caminhão contendo os restos mortais de 157 pessoas não identificadas foi deixado em um campo perto da cidade de Tlajomulco, no estado mexicano de Jalisco. Isso aconteceu porque os corpos não puderam ser admitidos no necrotério de Guadalajara devido ao excesso de capacidade.
O trailer, uma espécie de conteiner, foi estacionado em uma área aberta, atrás de algumas casas, no bairro de Paseos Del Valle.
Segundo publicou o jornal local El Universal, os corpos foram colocados no contêiner com refrigeração por causa da falta de estrutura do instituto de ciências forenses, que faz a identificação de corpos no estado. O instituto não tem espaço para guardar tantos cadáveres.
A câmara ficou na área durante vários dias, até que moradores reclamaram do cheiro e do sague que escorria pelo chão, vindo do trailer. O veículo teve que ser recolhido no último sábado (15).
“É muito ruim porque afeta nossas crianças. Cheira muito mal. Logo, vai começar a cheirar pior, e as moscas pousam em comida”, disse a moradora local Patricia Jimenez.
A mídia local relata que os restos não identificados são de vítimas de violência relacionada ao crime organizado.
No ano passado foram registrados mais de 30.000 assassinatos em todo o México, é o número mais alto desde 1997, quando gangues de drogas rivais se dividiram em grupos menores, mais sedentos de sangue, depois de mais de uma década de uma campanha militar para combater os cartéis.
Antes de Tlajomulco, corpos estavam em outro município
Antes de ser abandonado em Tlajomulco, o trailer estava estacionado Tlaquepaque, uma cidade vizinha. A prefeita da localidade, María Elena Limón, denunciou o abandono dos corpos na imprensa local. Ela afirmou que tanto o secretário-geral de Jalisco, Roberto Lopez, quanto o proprietário do instituto de ciências forenses, Luis Octavio Cotero, sabiam da existência do trailer.
Com a pressão da mídia municipal, o governo estadual retirou o trailer e levou-o, então, para Tlajomulco.
Ainda de acordo com a mídia local, neste momento o contêiner está em um depósito do Ministério Público mexicano, que não soube explicar o que deve acontecer com os corpos ou até quando eles devem ficar no local.
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