Enquanto setores se movimentam para mudar a tabela do frete mínimo, os caminhoneiros acompanham o andamento das negociações em Brasília. Nas redes sociais, os profissionais autônomos temem que o lobby dos grandes grupos consiga derrubar a tabela recém-instituída pelo Governo como contrapartida ao fim da greve.
“Se essa tabela cair, vai ter uma greve pior que a última. E aí não vai ter negociação, pois eles vão querer provar para o mundo que são fortes, vai ser uma grande revolta”, diz Ivar Luiz Schmidt, representante do Comando Nacional do Transporte (CNT). “Tá todo mundo só esperando que a tabela seja derrubada para parar tudo de novo”, afirma. “E, pelo que estou vendo no WhatsApp, pode ter certeza de que isso vai acontecer”, destaca.
A tabela de preço mínimo do transporte rodoviário – definida às pressas pelo Governo para interromper a greve na semana passada – é considerada a maior vitória dos caminhoneiros nos últimos tempos. Mas, diante da reação do empresariado (principalmente representantes do agronegócio), eles começam a temer que essa seja revogada.
“Não vejo coisa muito boa pela frente, mas vamos lutar para encontrar um meio-termo para ambas as partes”, afirma José Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam).
Uma tabela de preço mínimo vinha sendo negociada no Congresso antes da greve e da medida provisória ser emitida. Schmidt acrescenta que desde 2016 essa proposta vem sendo negociada, sem sucesso – com as condições precárias de trabalho dos motoristas de caminhão no Brasil sendo ignoradas.
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