
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), cumprida na manhã deste sábado (22), teria sido motivada pela convocação de uma “vigília pela saúde de Bolsonaro e pela liberdade do Brasil”. O ato, convocado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), estava previsto para ocorrer neste sábado.
No documento da decisão, o Ministro Alexandre de Moraes, que decretou a prisão, argumenta que o condomínio do ex-presidente, nas proximidades onde seria realizado a vigília, está localizado a cerca de 13 quilômetros do Setor da Embaixada Sul de Brasília, onde fica a embaixada dos Estados Unidos, e que a concentração de pessoas poderia causar tumulto ou facilitar uma tentativa de fuga.
“Rememoro que o réu, conforme apurado nestes autos, planejou, durante a investigação que posteriormente resultou na sua condenação, a fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político àquele país”, disse Moraes.
Ainda, de acordo com Alexandre, o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou à Suprema Corte a ocorrência de violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro — que estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto—, às 0h08 deste sábado, indicando tentativa de rompimento do dispositivo.
“A repetição do modus operandi da convocação de apoiadores, com o objetivo de causar tumulto para a efetivação de interesses pessoais criminosos; a possibilidade de tentativa de fuga para algumas das embaixadas próximas à residência do réu, e a reiterada conduta de evasão do território nacional, praticada por corréu, aliada política e familiar evidenciam o elevado risco de fuga de Jair Messias Bolsonaro”, aponta o Ministro em trecho do documento.
Destaca-se que Morais ainda citou a fuga de Alexandre Ramagem, condenado e integrante do núcleo 1 da tentativa de atentado ao Estado Democrático de Direito; a saída do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) do país; e a saída de Carla Zambelli (PL), como estratégias de evasão para escapar da Justiça.
Essa prisão é uma medida preventiva. Ainda não houve execução da pena de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado a qual o ex-presidente deverá cumprir. Leia a íntegra da decisão clicando aqui.
Como aconteceu a prisão?
Por volta das 6h, viaturas descaracterizadas chegaram ao local. Instantes depois, Bolsonaro foi levado à superintendência da PF, onde, por volta das 6h35, desembarcou para início dos trâmites. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava no imóvel no momento da ação.
O ex-presidente deve passar por exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Criminalística (INC), da PF, antes de iniciar sua permanência em sala especial da Superintendência — ambiente reservado a autoridades de alto escalão.
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